A taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, o que representa um aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (novembro de 2024), quando a taxa era de 6,1%. Esta é a terceira alta consecutiva da taxa de desemprego no país. Apesar do aumento no número de desempregados, o país registrou avanços em outros indicadores do mercado de trabalho.
A taxa de 6,8% é a mais baixa para os trimestres encerrados em fevereiro desde 2014, igualando o menor patamar já registrado na série histórica, iniciada em 2012. Esses dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua).

Recorde no rendimento e no número de trabalhadores com carteira assinada
Embora o número de desempregados tenha aumentado, o rendimento dos trabalhadores alcançou o maior valor da série histórica, com média de R$ 3.378 mensais. Além disso, o número de trabalhadores com carteira assinada também atingiu um novo recorde, com 39,6 milhões de pessoas empregadas formalmente no país.
Desemprego em 2024: principais dados
- Desocupação: Em 2024, o Brasil registrou 7,4 milhões de desocupados, o menor número em uma década, desde 2014, quando o número foi de 7 milhões.
- Taxa de ocupação: O índice de ocupação (percentual da população em idade de trabalhar que está efetivamente empregada) foi de 58,6%, ultrapassando o recorde anterior de 58,3%, registrado em 2013.
- Pessoas trabalhando: Em 2024, o país contou com 103,3 milhões de pessoas trabalhando, um novo recorde.
- Empregos formais: O Brasil criou 1,69 milhão de empregos formais (com carteira assinada) em 2024, uma alta de 16,5% em relação a 2023, quando foram gerados 1,45 milhão de postos formais.
- Desemprego atual: A população desocupada atualmente é de 7,5 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 10,4% no trimestre, mas uma redução de 12,5% no ano (menos 1,1 milhão de pessoas).
Outros dados importantes da Pnad Contínua
- População ocupada: 102,7 milhões de pessoas estão ocupadas no país, o que representa uma queda de 1,2% no trimestre.
- Taxa de subutilização: 15,5% da população, ou 18,3 milhões de pessoas, estão em alguma forma de subutilização do trabalho.
- Trabalhadores desalentados: 3,2 milhões de brasileiros se encontram desalentados, ou seja, desmotivados para procurar trabalho.
- Trabalhadores no setor público: 12,4 milhões de pessoas estão empregadas no setor público.
- Trabalhadores informais: A taxa de informalidade no Brasil foi de 38,1%, com 39,1 milhões de trabalhadores informais.
Emprego formal e rendimento atingem recordes
A quantidade de trabalhadores com carteira assinada no setor privado alcançou o recorde histórico de 39,6 milhões, com uma alta de 1,1% no trimestre e de 4,1% no ano.
O rendimento médio habitual dos trabalhadores foi de R$ 3.343 no trimestre encerrado em fevereiro, um valor também recorde na série histórica do IBGE. O aumento do rendimento foi de 1,3% no trimestre e de 3,6% no ano. O setor da indústria teve um aumento de 2,8% no rendimento médio, a administração pública teve alta de 3,1% e os serviços domésticos subiram 2,3%.
A massa de rendimento, que representa a soma dos valores recebidos por todos os trabalhadores, foi de R$ 342 bilhões, um novo recorde. A variação foi de 6,2% no ano, o que representa um aumento de R$ 20 bilhões.
Esses dados ilustram a recuperação do mercado de trabalho formal no Brasil, embora a taxa de desemprego tenha registrado uma leve alta. O país segue avançando no número de trabalhadores com carteira assinada e no rendimento médio dos empregados.
Ver todos os comentários | 0 |