Davi Fernandes
O setor de varejo brasileiro teve, em 2024, o maior crescimento das vendas em 12 anos, com uma alta de 4,7%. Esse desempenho marcou o oitavo ano consecutivo de expansão e foi o mais intenso desde 2012. Apesar do crescimento positivo ao longo do ano, o varejo enfrentou um enfraquecimento no final do período, com uma queda de 0,1% nas vendas em dezembro em comparação com novembro, conforme dados do IBGE.
O setor varejista mostrou resiliência em um contexto de mercado de trabalho aquecido, expansão do crédito e aumento da renda, mas a desaceleração ficou evidente no final do ano. O comércio experimentou quedas em vários segmentos, com destaque para artigos farmacêuticos, equipamentos de escritório e combustíveis, que apresentaram retrações mais expressivas. Em comparação com o mesmo mês de 2023, as vendas de dezembro aumentaram 2%, mas ficaram abaixo da expectativa de 3,5%.
Em 2025, as perspectivas para o varejo são de desaceleração, influenciadas pela redução dos estímulos fiscais e de crédito, além da manutenção de uma taxa de juros elevada. O PicPay projeta uma retração moderada no setor, mas acredita que fatores como a melhoria do mercado de trabalho e o aumento da massa salarial devem sustentar o consumo de forma relativamente estável.
A retração no final de 2024 é considerada perda gradual de força da economia, com impacto direto nos setores de indústria e serviços, que também apresentaram recuo em dezembro.
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