A montadora chinesa BYD conquistou um aumento de participação no mercado automotivo em novembro, impulsionada pelo crescimento mais acelerado do setor na China em 2024. Com 506.804 veículos vendidos apenas no mês passado, a empresa atingiu 3,76 milhões de unidades comercializadas nos primeiros 11 meses do ano e está prestes a superar sua meta anual de vendas, que pode ultrapassar 4 milhões de veículos. A BYD ainda projeta um cenário promissor, com potencial para vender mais de 6 milhões de carros nos próximos 12 meses.
O crescimento da BYD ocorre em um momento em que o mercado chinês, que representa mais de 90% de suas vendas, ganha força com políticas governamentais de subsídios para troca de veículos. Em 18 de novembro, os incentivos já haviam beneficiado mais de 4 milhões de trocas. Sem essas medidas, o acumulado anual de vendas no país teria registrado queda, ao invés do crescimento de 4,4% observado. A participação da BYD no mercado doméstico subiu para 17,1% este ano, frente aos 12,5% de 2023, superando gigantes como as empresas da Volkswagen, que tiveram uma fatia combinada de 11% até novembro.
Para sustentar sua expansão, a BYD ampliou sua capacidade produtiva entre agosto e outubro, adicionando cerca de 200 mil veículos à linha de produção e contratando 200 mil novos funcionários. A força de trabalho total da montadora chegou a aproximadamente 1 milhão de pessoas em setembro, contra 703,5 mil no final do ano passado. Essa estratégia também tem sido fundamental para que a empresa controle custos e enfrente a guerra de preços no mercado chinês, que tem prejudicado montadoras estrangeiras.
Apesar do cenário favorável para a BYD, montadoras como General Motors e outras empresas estrangeiras enfrentam dificuldades na China. A GM, por exemplo, anunciou recentemente um prejuízo de mais de US$ 5 bilhões relacionado à reestruturação de suas operações no país e à desvalorização de sua união de empresas, que vem sofrendo com vendas em declínio e prejuízos recorrentes. A perda de espaço de empresas tradicionais corrobora com a crescente dominância das montadoras locais, lideradas pela BYD.
A fabricante chinesa já manifestou sua ambição de vender entre 5 e 6 milhões de veículos em 2025, conforme estimativas de analistas do Citi baseadas em reuniões com a administração da empresa. Enquanto isso, a companhia segue ajustando suas operações, incluindo pedidos de cortes de preços a fornecedores, para manter sua competitividade.
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