O governo central do Brasil, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, registrou um déficit primário de R$ 234,3 bilhões em 2023, de acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Este valor supera a meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de R$ 231,5 bilhões para o mesmo ano.
O déficit primário é a diferença entre as receitas e despesas do governo, excluindo o pagamento dos juros da dívida. Sem considerar o pagamento de precatórios, que são dívidas da União que não podem mais ser contestadas na Justiça, o déficit seria de R$ 141,2 bilhões. O pagamento desses precatórios, no valor de R$ 93,1 bilhões, foi realizado através de um crédito extraordinário.
Em 2023, a despesa total do governo aumentou 12,9% em termos reais (corrigidos pela inflação) em comparação com 2022, totalizando R$ 1,928 trilhão. Por outro lado, a receita líquida do governo totalizou R$ 2,388 trilhões, uma queda de 2,9% em relação a 2022 (R$ 2,461 trilhões).
O pagamento de benefícios previdenciários aumentou 4,6% em 2023, passando de R$ 846,9 bilhões para R$ 885,7 bilhões. Em contrapartida, as despesas com pessoal e encargos sociais caíram 0,7%, de R$ 359 bilhões para R$ 356 bilhões.
Os dados oficiais do resultado primário são divulgados mensalmente pelo Tesouro Nacional. O relatório acumulado de 2023 será publicado até o fim de janeiro. Segundo o IPEA, os dados preliminares fornecem uma boa aproximação com os dados oficiais que serão divulgados posteriormente.
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