O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, de saída do cargo após ter sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a petroleira, por lei, não pode fazer política pública com os preços dos combustíveis e "menos ainda" política partidária.
"Tem responsabilidade social? Tem. Pode fazer política pública? Não. Pode fazer política partidária? Menos ainda", afirmou Silva e Luna em um seminário no Superior Tribunal Militar (STM).
Segundo ele, passados 25 anos da abertura do setor de petróleo e gás natural, a Petrobras ainda tem dificuldade de explicar para a sociedade que precisa operar como uma empresa privada, já que compete com outras petroleiras no mercado interno e internacional. Desta maneira, justificou Luna, a estatal não pode fazer política pública nem partidária, o que segundo o general, "tem gente que não entende".
A falta de comunicação com a sociedade sobre o preço dos combustíveis teria sido um dos argumentos de Bolsonaro para a demissão do militar do cargo na noite de segunda-feira, 28. Luna assumiu a presidência em abril do ano passado, no lugar de Roberto Castello Branco, demitido pelo mesmo motivo. Para o lugar do militar foi indicado o economista Adriano Pires, também contrário à interferência do governo na estatal.
Luna lembrou que, em 2018, a empresa recebeu R$ 6,8 bilhões do governo para segurar os preços do diesel e acabar com a greve dos caminhoneiros, que chegou a parar o País, dando a entender que como segue os preços do mercado, uma redução deveria vir novamente do governo, e não da estatal.
Ele destacou ainda, que as decisões na Petrobras não são monocráticas e que a existem 21 órgãos de controle fiscalizando suas ações, sendo uma das empresas mais controladas do mundo, afirmou. "Decisões tomadas são coletivas, não há lugar para aventureiros", afirmou o executivo, destacando que pelo desempenho dentro das regras do livre mercado a estatal recebeu no ano passado nove prêmios de conformidade e governança.
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