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Economia e Negócios

Inflação fechou 2020 em 4,38%, aponta Relatório Focus

Segundo o Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, estimativa para o IPCA deste ano é de alta de 3,32%.

Os economistas do mercado financeiro reduziram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo Banco Central, mostra que a mediana das projeções para o IPCA no ano passado foi de alta de 4,39% para 4,38%. Há um mês, estava em 4,21%.

A estimativa para o índice em 2021 foi de 3,34% para 3,32%. O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%.


A projeção dos economistas para a inflação está acima do centro da meta oficial para 2020, de 4%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). Para 2021, a meta é de 3,75% e, para 2022, de 3,50%.

Em dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de novembro foi de 0,89%. Em 12 meses, a taxa acumulada estava em 4,31%. O resultado de 2020 será divulgado pelo IBGE no dia 12 de janeiro.

No decorrer do ano passado, com a pandemia da covid-19 e a recessão na economia brasileira, o mercado baixou a estimativa de inflação. Nos últimos meses, porém, com a alta do dólar e a retomada da economia, os preços voltaram a subir.

Atividade econômica

Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, a expectativa passou de retração de 4,40% para queda de 4,36%.

Para 2021, o mercado financeiro alterou a projeção de alta do PIB de 3,49% para 3,40%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%. O governo brasileiro estima retração de 4,5% do PIB em 2020.

Os economistas estimam que a Selic, a taxa básica de juros, deve fechar este ano em 3% ao ano. Atualmente, está em 2% ao ano. No caso de 2022, a projeção é de 4,5% ao ano. Para 2023, a taxa básica de juros deve subir para 6% ao ano.

Em dezembro de 2020, ao manter a Selic em 2% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central preparou o terreno para possível elevação dos juros em 2021. O motivo é que as projeções de inflação estão se aproximando das metas perseguidas pelo BC nos próximos anos. A avaliação é de que a instituição poderá acabar com o chamado forward guidance (ou prescrição futura, na tradução do inglês).

Adotado em agosto, o forward guidance é uma indicação técnica do BC de que não pretende elevar os juros se a inflação seguir sob controle e o risco fiscal não se alterar. O problema é que, nos últimos meses, a inflação ao consumidor está mais salgada, puxada por aumentos de preços em itens como alimentos e energia. Ao avaliar o cenário, o BC afirmou que "em breve, as condições para a manutenção do forward guidance podem não mais ser satisfeitas". Na prática, se retirar esta mensagem técnica de suas comunicações, o BC ficará mais livre para elevar os juros se achar necessário.

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