Relatório produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o varejo piauiense perdeu R$ 920 milhões (novecentos e vinte milhões de reais) em razão do fechamento do comércio, que teve que baixar as portas por conta do decreto do Governo do Estado. O relatório levou em conta o período de cinco semanas, de 15 de março a 18 de abril, durante a pandemia do novo coronavírus. O total equivale a 49,6% de queda no faturamento, sendo o maior do Brasil em termos relativos.
Nas 27 unidades da federação, as perdas atingem um total de R$ 86,4 bilhões, com até 80% dos estabelecimentos comerciais fechados em decorrência de diversas medidas de isolamento social.
- Foto: Lucas Dias/GP1Lojas fechadas no Parque Piauí
As regiões Sul e Sudeste concentraram 70% das perdas de receita do varejo no período. Em números absolutos, São Paulo foi o estado que mais perdeu: R$ 26,58 bilhões, seguido por Minas Gerais com R$ 6,90 bilhões, Rio Grande do Sul com R$ 6,63 bilhões, Rio de Janeiro com R$ 6,55 bilhões e Santa Catarina com R$ 6,26 bilhões. Em termos relativos, no entanto, destacam-se as quedas no Piauí (-49,6%), Ceará (-49,3%) e Santa Catarina (-46,8%).
O relatório adverte que a retração abrupta do nível de atividade no varejo ocorrida nas últimas semanas tem potencial para eliminar 28% dos postos de trabalho formais do setor (2,2 milhões de vagas) em um intervalo de até três meses.
Para a confederação, esse cenário dependerá de como as empresas do setor reagirão às medidas anunciadas pelo governo e, em última instância, à própria evolução da pandemia nas próximas semanas.
Decreto prorrogado
Mesmo com a atividade comercial em baixa no estado, o Governo do Piauí resolveu prorrogar o fechamento do comércio até o próximo dia 21 de maio de 2020, sob argumentação de que é necessário barrar o crescimento do novo coronavírus no Piauí que, até o momento, possui 784 casos confirmados da covid-19 e 28 óbitos.
Isolamento vertical e horizontal
Há dois tipos de isolamento social que podem ser empregados: o vertical e o horizontal. Enquanto o isolamento vertical prevê que devem se resguardar apenas as pessoas do grupo de risco (pessoas acima de 60 anos e portadores de doenças crônicas tais como: diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade, insuficiência renal, asma, entre outras), o horizontal estabelece que todas as pessoas, das mais saudáveis as mais vulneráveis, devem ficar em casa. Esta última foi a medida escolhida pela maioria dos estados, incluindo o Piauí.
Uma das grandes questões do isolamento horizontal é o impacto que pode gerar na economia, uma vez que os decretos proíbem o funcionamento de todas as atividades econômicas que não são consideradas essenciais. Por isso, muitas autoridades se colocam contra esse método, uma delas é o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro. A classe empresarial do Piauí, políticos e parte da população também defendem o isolamento vertical, uma vez que a crise já vem provocando demissões em todo o estado.
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