O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta quinta-feira, 6, o secretário especial da Previdência Rogério Marinho para o cargo de ministro do Desenvolvimento Regional. Ele vai substituir Gustavo Canuto, cujo desempenho à frente da pasta não vinha agradando ao presidente. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial. É o quinto ministro a cair desde o início do governo.
Marinho foi o principal articulador da reforma da Previdência do governo no Congresso. Ex-deputado federal, filiado ao PSDB, ele teve papel essencial ao negociar com os parlamentares a mudança nas regras de aposentadoria do País. É um nome do confiança do ministro da Economia, Paulo Guedes, com quem Bolsonaro se reuniu mais cedo nesta quinta.
A intenção de Bolsonaro ao fazer a troca é fortalecer a área social e tentar dar a mesma credibilidade que hoje possuem as pastas da Justiça, comandada por Sérgio Moro, e da Economia, com Guedes. O presidente estava incomodado com a falta de articulação de Canuto no ministério. A avaliação é de que ele não tinha boa relação no Palácio do Planalto nem com Guedes.
À frente da pasta, Canuto não conseguiu tirar do papel a reformulação do Minha Casa Minha Vida. O orçamento do programa caiu para R$ 2,8 bilhões em 2020, ante R$ 4,2 bilhões em 2019. A ideia é que Marinho consiga levar a nova fase do programa, como uma forma de incentivar o mercado da construção civil, considerado fundamental para a retomada da economia.
Ao trocar o ministro do Desenvolvimento Regional, Bolsonaro também reage à mobilização do Congresso para ganhar protagonismo com propostas na área social. No ano passado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentou um pacote de propostas relacionado à distribuição de renda, educação e trabalho. A iniciativa é coordenada pela deputada Tábata Amaral (PDT-SP). Marinho é um muito próximo a Maia e terá a missão de capitanear a pauta social do governo.
Atualmente, Marinho cuidava da articulação no Congresso para aprovar o programa Verde Amarelo, que prevê incentivo à contratação de jovens de 18 a 29 anos. Ele foi bastante criticado por propor a taxação do seguro-desemprego como fonte para bancar o programa, que reduz os impostos que as empresas pagam sobre os salários dos empregados.
Como deputado, o agora novo ministro do Desenvolvimento Regional relatou o projeto que alterava as regras de planos de saúde no País. A proposta, que foi considerada favorável a empresas do setor, não chegou a ser aprovada.
Bruno Bianco assume secretaria da Previdência
No lugar de Marinho na secretaria especial da Previdência e Trabalho será Bruno Bianco, atual secretário adjunto do órgão. Enquanto isso, Canuto assumirá a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev). Bolsonaro disse que Canuto irá "cumprir missão" no órgão. Os dois almoçaram juntos na quarta-feira.
A Dataprev é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia e responsável pela gestão da Base de Dados Sociais Brasileira, especialmente a do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
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