O dólar comercial encerrou o pregão desta terça-feira (28) em queda de 0,73%, cotado a R$ 5,869 na venda. Este é o menor valor registrado desde 26 de novembro do ano passado. Durante o dia, a moeda americana oscilou entre a máxima de R$ 5,920 e a mínima de R$ 5,857.

A valorização da moeda americana teve início em 27 de novembro, após o governo anunciar um pacote fiscal que trouxe incertezas ao mercado. O mês de dezembro foi marcado por sucessivos aumentos no câmbio, com recordes no valor de fechamento.

Fatores externos e internos impactam o dólar

No cenário externo, a moeda americana mostrou instabilidade devido à indefinição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre novas tarifas comerciais que haviam sido anunciadas contra diversos países, incluindo o Brasil. A ausência de novas tarifas contribuiu para a recente desvalorização do dólar, que vem operando em queda desde o início do governo Trump.

Além disso, o mercado financeiro está atento aos desdobramentos da chamada "super quarta", quando o Federal Reserve (Fed), banco central americano, e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, divulgarão as novas taxas de juros de suas respectivas economias nesta quarta-feira (29).

Nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Fed mantenha a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,5%, enquanto no Brasil o mercado aposta em um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, que atualmente está em 11,75%.

Cenário interno também influencia queda

No Brasil, o anúncio da Receita Federal sobre o desempenho da arrecadação de impostos e outras receitas do governo ajudou a melhorar o humor dos investidores. Segundo o relatório, a arrecadação federal cresceu cerca de 10% em 2024, alcançando R$ 2,7 trilhões, o maior valor da história.

O resultado demonstra maior eficiência no recolhimento de tributos e reforça as contas públicas, trazendo otimismo ao mercado interno.

Com a combinação de fatores internos e externos, o dólar segue em um movimento de retração, mas os investidores ainda aguardam os desdobramentos da política monetária para os próximos dias.