O mercado de apostas no Brasil já representa um valor equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme um relatório da XP Investimentos. Esse setor, que cresceu rapidamente nos últimos anos, tem atraído a atenção por comprometer uma parcela significativa do orçamento das famílias mais pobres.

Em 2023, brasileiros apostaram entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões, segundo a BNL, uma agregadora de plataformas de apostas. Desse montante, as plataformas online faturaram cerca de R$ 13 bilhões, mantendo 13% do valor total das apostas. O crescimento do mercado de apostas no Brasil é proporcionalmente maior do que o dos Estados Unidos.

Em 2022, os americanos apostaram US$ 100 bilhões, aproximadamente 0,4% do PIB dos EUA. No entanto, a receita bruta das plataformas americanas foi de US$ 7 bilhões, ou 7% do total apostado, enquanto no Brasil as plataformas lucram quase o dobro, com 13%.

Uma pesquisa da consultoria Futuros Possíveis revela que 36% dos brasileiros já fizeram alguma aposta online, sendo que 78% desse grupo aposta com frequência. Entre os apostadores, 80% gastam até R$ 100, e a maioria dos usuários de baixa renda (58%) gasta menos de R$ 50. A média das apostas no Brasil é de R$ 58 por mês, de acordo com outro estudo da QualiBest.

O relatório da XP Investimentos aponta que as apostas online se tornaram um gasto discricionário significativo para as classes de baixa renda. Dados do IBGE mostram que 22% do orçamento mensal dessas famílias é destinado a itens de livre escolha, totalizando R$ 286 por mês. Considerando a média mensal de R$ 58 em apostas, esse valor já representa cerca de 20% do orçamento discricionário das famílias de baixa renda.