A médica piauiense Marina Bucar, que atualmente trabalha na Espanha no enfrentamento à covid-19 (coronavírus), se pronunciou nesta sexta-feira (11) nas redes sociais, onde esclareceu sobre a possibilidade de uma pessoa ser reinfectada pelo vírus. Nas palavras da especialista, estudos apontam que as probabilidades de isso acontecer são muito raras.
Marina Bucar, que é médica internista, explicou que uma pessoa pode desenvolver dois tipos de imunidade após contrair Sars-CoV-2. “As evidências sugerem que, depois de uma infecção pelo Sars-CoV-2, que é o vírus responsável pela covid-19, o paciente pode desenvolver os dois tipos de imunidade, tanto a humoral, aquela mediada por anticorpos, como a imunidade celular, mediada por células especiais, nesse caso as células CD4 e CD8. Vocês já podem ter escutado falar dessas células, porque esse tipo de imunidade é predominante na infecção por HIV, por exemplo”, detalhou.
De acordo com a médica, ainda não é possível saber se todos os indivíduos infectados vão desenvolver esses dois tipos de imunidade, no entanto, ela enfatiza que, segundo estudos, o risco de reinfecção até o presente momento é muito baixo.
“O que ainda se desconhece é que todos os indivíduos vão desenvolver os dois tipos de imunidade e se essa imunidade vai ser duradoura ou não, entretanto, isso é muito importante, o risco de reinfecção, principalmente nos seguintes meses, se considera muito baixo”, declarou.
“Muito pânico”
Ainda conforme a médica, o fato de um paciente recuperado da covid-19 ter apresentado um teste PCR positivo posteriormente, não significa que seja um caso de reinfecção. Ela alertou para que as pessoas não se deixem levar pelo pânico, e apresentou referências bibliográficas de estudos que atestam suas declarações.
“Os casos que estão saindo no jornal, de pacientes que tiveram duas PCRs negativas e depois de algum tempo voltam a ter PCRs positivas, não necessariamente significa reinfecção, isso é importante falar, porque dá muito pânico, pensar que uma PCR positiva significa reinfecção, e os estudos não evidenciam, não existe nenhuma evidência nos estudos atuais de que isso significa reinfecção”, colocou.
Por fim, a especialista enfatizou que nos raros casos onde uma pessoa testou positivo novamente, os sintomas da doença vieram mais brandos na segunda vez. “Existem pouquíssimos, muito raros casos de reinfecção, o mais falado foi um na Coréia, que foi um indivíduo que teve infecção por duas cepas de vírus, o que sugere que sejam duas infecções diferentes. O interessante é que esse indivíduo estava assintomático na segunda infecção, o que sugere também que uma imunidade adquirida da primeira infecção pode atenuar os sintomas, a gravidade de uma segunda infecção”, finalizou a médica.
Hidroxicloroquina
Marina Bucar ficou conhecida nacionalmente em maio deste ano, após defender o protocolo de tratamento à base de hidroxicloroquina em pacientes infectados pelo novo coronavírus.
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