O governador Wellington Dias (PT) decretou luto por uma semana no Piauí pelas mortes de 502 piauienses em decorrência da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O anúncio foi feito, na tarde desta segunda-feira (22), em uma videoconferência, onde o chefe do executivo também noticiou a prorrogação do decreto de isolamento social.
“Nós alcançamos um número acima de 500 óbitos e a exemplo do que a gente faz quando morre alguém que se destacou na sociedade alguém importante, alguma autoridade, com o decreto de luto, eu tomei a decisão e a iniciativa de colocar um decreto para ter uma semana de luto no Piauí em homenagem à lembrança e o carinho por todas as pessoas que nessa fase perderam a vida por covid-19”, destacou.
- Foto: DivulgaçãoWellington Dias durante videoconferência
Ainda segundo Wellington Dias, em comparação a outros estados que passam por situações mais preocupantes da doença, o Piauí ainda se encontra em situação mais leve. “Que isso seja também para refletir a importância da vida. Sempre eu comparo o Piauí com outro estado, eu estava vendo que nós temos uma mortalidade de 14 para 100 mil por exemplo, enquanto o Amazonas tem 64 para 100 mil”, acrescentou.
Comércio fechado por mais 15 dias
Como já havia sido antecipado pelo GP1, o governador acatou orientação do Comitê de Combate a Covid-19 (COE) e decidiu prorrogar por mais 15 dias o decreto de isolamento social, considerando as taxas de ocupações dos hospitais devido ao aumento de casos confirmados do novo coronavírus, bem como o crescimento do número de óbitos ocasionados pela covid-19. Com isso, o comércio permanece fechado até o dia 6 de julho.
No próximo dia 29 Wellington Dias vai se reunir novamente com membros do COE para decidir se mantém as medidas de isolamento. As decisões são baseadas com os números registrados durante a última semana.
Transmissibilidade
De acordo com dados da pesquisa apresentada pelo governador, a taxa de transmissibilidade do vírus aumentou para 1,5, o que significa que 10 pessoas doentes conseguem infectar outras 15 pessoas. O aumento da taxa de transmissão, conforme o gestor, se dá por conta do desrespeito ao isolamento social.
"A primeira decisão se deu após a apresentação da pesquisa e do parecer técnico onde tivemos um crescimento no índice de pessoas infectadas em todo o estado. A novidade é que houve uma aceleração. As pessoas por sua necessidade deixaram de cumprir regras do isolamento social. Isso eleva o número de pessoas infectadas por coronavírus e isso levou o aumento de ocupação nos leitos hospitalares", afirmou.
Dificuldade de encontrar profissionais
Wellington destacou a dificuldade em encontrar profissionais da saúde habilitados e que queira trabalhar na linha de frente. "Mesmo tendo os equipamentos, os respiradores, uma série de equipamentos, a gente encontrou dificuldades para profissionais de UTI. Tanto que abrimos um novo processo, para ver se a gente consegue profissionais ate de outros estados para ampliar a rede”, afirmou.
"A gente ia abrir mais 10 leitos no hospital da Polícia Militar, mas dois profissionais foram positivados com covid-19, foram afastados e tivemos que ter trabalho com substitutos para garantir o atendimento”, continuou.
Aumento de leitos de UTI
O governador também falou sobre o aumento do número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva desde o início da pandemia.
"Em 18 de março a gente só tinha 30 leitos de UTI para covid-19, aumentou para 160, chegamos no começo de maio a 200 e poucos leitos e agora estamos com 469 leitos. É toda uma estrutura de gases medicinais, monitores e estamos enfrentando escassez de medicamentos no mercado”, seguiu.
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