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Coronavírus no Piauí

Bolsa brasileira acentua queda mesmo depois de suspensão de negócios

Circuit breaker foi acionado de manhã, mas à tarde o Ibovespa chegou a cair 12%, com piora no mercado internacional; dólar mantém alta e se aproxima de R$ 4,80.

A Bolsa brasileira intensificou a velocidade de baixa na tarde desta segunda-feira, 9, mesmo depois de ter acionado o circuit breaker de manhã - o mecanismo suspendeu os negócios por pouco mais de meia hora, depois de o Ibovespa ter caído mais de 10%. Às 16h26, o índice cedia 12,23%, aos 86.016,50 pontos, acompanhando a piora externa.

Conforme a agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a crise do coronavírus levará alguns países à recessão e o órgão está disposto a ajudar. "O crescimento global desacelerará para menos de 2,5% em 2020 e os impactos do coronavírus devem causar queda de US$ 2 trilhões na receita global." Segundo a Unctad, as economias mais afetadas por coronavírus serão as exportadoras de commodities e os bancos centrais não estão em posição de resolver a crise do coronavírus sozinhos.


Internamente, o movimento coincide com as declarações do presidente Jair Bolsonaro. No Twitter, ele negou a possibilidade de aumentar a Cide para manter os preços dos combustíveis.

Os negócios na B3 foram retomados às 11h08. O circuit breaker foi acionado quando o Ibovespa caiu 10,02%, chegando aos 88.178,33 pontos, às 10h30 - o mecanismo permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o amortecimento das ordens de compra e de venda. Os preços das ações estão sendo afetados fortemente pela queda no preço do petróleo no mercado internacional - a maior em um único dia desde a Guerra do Golfo, em 1991.

Na hora em que a Bolsa entrou no circuit breaker, Petrobrás ON cedia 24,61% e Petrobrás PN, 23,96%. A mineradora Vale recuava 10,78%. A suspensão dos negócios, no entanto, não redeziu as perdas de imediato. Às 11h14, o Ibovespa caía 10,23%, aos 87.968,68 pontos.

A Petrobras continua acumulando prejuízos e às 16h27, as ações ON da petroleira perdiam 29,59% e as PN, 30,14%. A estatal já perdeu R$ 91,2 bilhões em valor de mercado.

Reabertos os negócios, caso a variação do Ibovespa atinja uma oscilação negativa de 15% em relação ao índice de fechamento do dia anterior, o circuit breaker é novamento acionado e os negócios são interrompidos por uma hora.

O mecanismo não é ativado na última meia hora do pregão. Ocorrendo a interrupção dos negócios na penúltima meia hora de negociação, na reabertura das transações, o horário será prorrogado em, no máximo, mais 30 minutos, sem qualquer outra interrupção, de tal forma que se garanta um período final de negociação de 30 minutos corridos.

Esta é a 18ª vez que o mecanismo é acionado desde sua adoção em 1997. A última ocasião foi em 18 de maio de 2017, por causa da Delação da JBS.

Novo recorde do dólar

O dólar começou a semana batendo mais um recorde nominal - descontando a inflação - desde o Plano Real, atingindo a casa de R$ 4,79, na manhã desta segunda. De acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, a moeda americana chegou a ser negociada por mais de R$ 5 nas casas de câmbio.

Para tentar conter a disparada do dólar, o Banco Central vendeu US$ 3 bilhões à vista das reservas internacionais. No início da manhã, o BC cancelou o leilão de US$ 1 bilhão que faria e aumentou o valor para US$ 3 bilhões. A decisão se deu por "condições do mercado", de acordo com a assessoria de imprensa do BC.

Às, 16h29, a moeda americana era cotada a R$ 4,7430, com aumento de 2,36%, depois de ter atingido a máxima de R$ 4,7927 no período da manhã.

Um novo leilão foi anunciado para esta tarde, no valor de US$ 465 milhões.

O dia é marcado por quedas em Bolsas ao redor do mundo por medo sobre o novo coronavírus e como consequência da disputa de preços de petróleo entre Arábia Saudita e Rússia - o barril do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do Golfo (1990 e 1991).

Na Ásia, as Bolsas da China, seguindo o mau humor generalizado dos mercados financeiros, fecharam em queda. O principal índice acionário do país, o Xangai Composite, teve recuo de 3,01%.

Na Europa, as Bolsas registraram quedas expressivas. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 7,44%. Pesou nesse resultado, além da crise do petróleo, o avanço das mortes por coronavírus, em meio à dificuldade dos países europeus em conter a propagação da doença.

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 7,69%, com forte impacto das quedas de mineradoras. O DAX de Frankfurt caiu 7,94%, pressionado pelas ações de bancos.

Em Paris, o índice CAC 40 teve desvalorização de 8,39% e, em Milão, o FTSE MIB registrou baixa de 11,17%.

Queda do petróleo

Os contratos futuros de petróleo reduziram perdas, em comparação com o que foi visto mais cedo, mas continua em forte queda, após a Arábia Saudita reduzir seus preços e abrir caminho para um forte aumento na sua produção em abril, depois do impasse entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) para continuar a cortar a oferta. A Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou a proposta da Opep.

Às 11h19 (de Brasília), o barril do WTI para abril caía 17,27%, a US$ 34,15 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para maio tinha baixa de 18,75% o barril, a US$ 36,78 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

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