O Ministério da Saúde publicou na noite desta quarta-feira, 11, dois editais de chamamento público para a contratação de médicos, no âmbito do programa Mais Médicos com foco em ações do plano de contingência nacional pelo novo coronavírus. Os editais estão publicados em edição extra do Diário Oficial da União.
A possibilidade de contratação de mais médicos pelo programa já havia sido anunciada pelo governo. Entraves burocráticos impediram que o chamamento fosse feito pelo Médicos pelo Brasil, lançado no ano passado pelo governo Jair Bolsonaro, por isso foi feito pelo Mais Médicos.
Um dos editais é para chamamento público de médicos formados em instituições de educação superior brasileiras ou com diploma revalidado no Brasil para adesão ao Mais Médicos pelo período de um ano. O outro edital visa à renovação da adesão ao projeto pelos médicos interessados também pelo período de mais um ano.
O chamamento atende aos municípios e Distrito Federal de todos os perfis, ou seja, beneficia também cidades grandes, onde o Ministério da Saúde acredita que a incidência de novos casos de coronavírus deve ser maior. O governo prevê inclusive a contratação de médicos cubanos que seguem no Brasil. Procurado, o Ministério da Saúde não informou quantas vagas serão disponibilizadas.
As inscrições poderão ser feitas apenas pela internet por meio do Sistema de Gerenciamento de Programas, acessível no site do Mais Médicos. Somente poderão acessar os médicos que possuam inscrição no Conselho Regional de Medicina no Brasil.
Brasil deve viver 'semanas duras', diz ministro
Nesta quarta-feira, 11, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o Brasil deve viver semanas "duras" após o começo da transmissão comunitária do novo coronavírus. "Vamos passar por isso. Vai ser duro. Vão ser mais ou menos umas 20 semanas duras", afirmou Mandetta ao Estadão/Broadcast.
Segundo o ministro, é difícil apontar o momento em que o limite de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) será superado pelo avanço da doença, pois o País é "assimétrico". "O Rio de Janeiro aguenta muito pouco. São Paulo aguenta um pouco mais. O Paraná é nosso melhor sistema, a melhor rede de distribuição. O Acre não tem nenhum caso. O Brasil é um continente", disse ele, ao lembrar que, nessa fase da doença, já não é possível identificar quem transmitiu o vírus para quem.
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