Thais Guimarães
Passadas mais de 7 horas, WhatsApp, Instagram, Facebook e Messenger ainda estão fora do ar. O “apagão” aconteceu em diversas partes do mundo, incluindo Brasil, Índia e Estados Unidos.
De acordo com a Folha de São Paulo, logo após as redes caírem, pouco depois do meio-dia, um pico de reclamações foi registrado pelo site Downdetector. Perto das 13h, já eram quase 52 mil reclamações contra o WhatsApp, 15 mil contra o Instagram e 7.500 contra o Facebook, segundo o site.
O assunto é o mais discutido no Twitter, rede social que não pertence a Mark Zuckerberg e onde o Facebook se pronunciou, afirmando que estava "trabalhando para que as coisas voltem ao normal o mais rápido o possível". Mesmo assim, ainda não há explicações oficiais para a queda repentina das redes sociais, mas algumas hipóteses já são apontadas.
O site The Verge, que é especializado em cobertura de tecnologia, revelou que "o problema é aparentemente" o DNS (Domain Name System, no português Sistema de Nomes de Domínio). A sigla representa um sistema que registra os nomes dos sites e os seus endereços IP (que são um número identificador).
O DNS é uma espécie de mapa da internet. Quando alguém digita o site que deseja acessar (como "www.facebook.com"), é esse mecanismo que indica onde estão as informações da rede social.
Uma provável explicação para o problema DNS tem relação com outra sigla, o BGP (Border Gateway Protocol, ou Protocolo de Entrada da Fronteira), uma espécie de conjunto de regras responsáveis pela conexão das redes de internet. Um erro de configuração por parte das redes sociais nesse mecanismo teria reverberado em outros sistemas.
Possibilidade de ataque hacker
Essa hipótese afasta, mas não descarta, a possibilidade de um ataque hacker. O New York Times apurou junto a fontes do departamento de segurança do Facebook que a possibilidade de um ataque hacker é improvável. A explicação seria a sincronia da queda das três redes, que possuem tecnologias diferentes. O jornal americano afirma ainda que a plataforma interna de comunicação da empresa, Workplace, também saiu do ar.
O diretor de análise de internet da Kentik, especializada em análise de estabilidade, afirmou em entrevista ao site Krebs on Security que, nos últimos tempos, várias falhas semelhantes a essa foram detectadas no Facebook e todas tinham relação com alterações de configurações globais que deram errado. "Obviamente não podemos descartar um ataque hacker, mas pode ter sido um erro deles", declarou Doug Madory.
Por sua vez, o jornal britânico Financial Times destacou que o apagão acontece um dia antes de uma funcionária do Facebook testemunhar no Senado dos Estados Unidos. Frances Haugen forneceu documentos internos da empresa que deram origem a uma série de reportagens do Wall Street Journal.
O jornal sustenta, por exemplo, que a empresa de Mark Zuckerberg estava ciente desde 2019 de que o Instagram é potencialmente danoso para a saúde mental de meninas adolescentes.
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