O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) autorizou, nesta terça-feira (25), a quebra do sigilo telefônico do rapper Oruam. Ele foi preso nesta quarta-feira (26), após ser flagrado escondendo um suposto traficante de drogas, foragido da Justiça, em sua mansão no Rio de Janeiro.
A decisão da juíza Cláudia Vilibor Breda, da 2ª Vara de Santa Izabel, foi proferida no dia 20 de fevereiro e inclui o acesso ao histórico de chamadas, conteúdo de mensagens, registros de geolocalização do Google vinculados ao aparelho celular, bem como dados armazenados na nuvem. Também foi autorizada a extração de dados dos dispositivos eletrônicos pelos órgãos competentes, como a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Polícia Civil (SSINTE/SEPOL) e o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE/SEPOL).
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Investigação e prisão
A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro teve início após Oruam postar um vídeo em seu Instagram, no qual aparece disparando um tiro de espingarda em um condomínio de luxo localizado em Igaratá, interior paulista. Com base nas imagens, as autoridades realizaram a incursão na casa do rapper e encontraram Yuri Pereira Gonçalves, condenado por integrar um grupo criminoso que atua no Complexo da Penha.
Oruam, cujo nome verdadeiro é Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, foi levado para a delegacia, onde permaneceu por cerca de três horas. Ele se recusou a prestar depoimento e afirmou que falará apenas em juízo. Na saída, negou que o amigo fosse traficante e disse que a munição utilizada no vídeo retirado das redes sociais era de borracha. "Ele é uma pessoa normal e é meu amigo. Eu não sabia que ele estava foragido", declarou.
Ligação com facções criminosas
Oruam é filho de Marcinho VP, identificado pelas autoridades do Rio de Janeiro como uma das principais lideranças da facção criminosa Comando Vermelho (CV). O pai do rapper foi encontrado morto em 28 de julho de 2003, no presídio de segurança máxima Bangu 3, onde cumpria pena de 25 anos por tráfico de drogas.
O artista também carrega tatuagens que remetem ao mundo do crime, incluindo a imagem de Marcinho VP e do traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato brutal do jornalista Tim Lopes há mais de 20 anos.
A investigação segue em andamento para apurar possíveis ligações do rapper com atividades criminosas.
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