O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto à Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, decidiu reavaliar o acidente que resultou na morte de Juscelino Kubitschek, conhecido como JK. O fato ocorreu em 1976.
O caso foi reaberto devido a um laudo do engenheiro e perito em transportes Sérgio Ejzenberg, solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF), que integra um inquérito civil com o objetivo de investigar as causas do acidente que matou JK, bem como seu motorista, Geraldo Ribeiro.
O perito, junto ao designer Ricardo Dachtelberg, produziu animações em 3D do acidente, que foram incorporadas ao laudo técnico e tornadas públicas em 2021, como parte do inquérito civil. As simulações, que reconstituem o caso em três ângulos – sendo eles o da Opala, o do ônibus da Cometa e o da carreta – apontam que não houve colisão direta entre o ônibus e a Opala, aumentando o mistério sobre a razão de o carro de JK ter cruzado o canteiro central para colidir com a carreta no sentido oposto.
Investigações das Comissões Estaduais da Verdade de São Paulo e de Minas Gerais, bem como da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, também apontaram para a inexistência de colisão entre os veículos e sugerem que JK pode ter sido alvo de um atentado político.
As organizações reuniram também indícios de sabotagem mecânica no Opala e consideram que o motorista foi alvejado por um tiro ou envenenado. Investigações anteriores já haviam concluído que o carro se desgovernou por uma ação externa. Além disso, o inquérito civil, conduzido pelo MPF entre os anos de 2013 e 2019, concluiu que era impossível afirmar ou descartar a hipótese de atentado, devido à falta de provas materiais suficientes que possibilitassem determinar a causa do acidente, bem como explicar a perda de controle do veículo.
Ver todos os comentários | 0 |