Caroline Vitorino
Na segunda-feira (10), o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) protocolou uma notícia-crime no Ministério Público Federal (MPF) denunciando um esquema de desvio de recursos em um projeto de distribuição de marmitas para a população em situação de rua. O projeto está ligado ao Partido dos Trabalhadores por meio do Ministério de Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome.
Segundo o parlamentar, uma organização não governamental (ONG) teria recebido dinheiro público para fornecer refeições como parte do programa Cozinha Solidária, mas não teria realizado a entrega dos alimentos.
O documento apresentado por Kataguiri afirma que a ONG contratada “pegou o dinheiro público e nada entregou”. Além disso, o deputado destacou que a entidade em questão seria comandada por José Renato Varjão, ex-assessor do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), o que, segundo ele, reforça suspeitas de repasses irregulares de recursos. Os locais onde atuam as ONGs ligadas ao Cozinha Solidária são popularmente conhecidos como “Tattolândia”, apelido que faz referência à forte influência política da família Tatto, que há décadas exerce poder na região.
Na última quinta-feira (6), a bancada do Partido Novo e deputados da oposição apresentaram uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU), solicitando a investigação de possíveis irregularidades no programa. Entre as denúncias, estão suspeitas de simulação na execução do contrato, ausência de prestação dos serviços e desvio de recursos públicos. A deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) manifestou indignação com as denúncias e criticou a gestão dos recursos destinados ao programa. “É inadmissível que verbas destinadas aos mais necessitados sejam desviadas dessa maneira. O governo Lula precisa explicar por que escolheu entidades sem capacidade comprovada para essa função essencial”, declarou.
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