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Wellington Dias se alia com Haddad para cortar gastos no Governo Lula

Ambos defendem ajuste fiscal para previsibilidade econômica, enquanto Gleisi Hoffmann criticou a medida.

O ministro do Desenvolvimento Social Wellington Dias (PT) tem se aliado fortemente ao ministro da Fazenda Fernando Haddad, em prol de uma agenda econômica de contenção de gastos dentro do governo do presidente. Há cerca de duas semanas, Haddad e Dias participaram de um jantar em Brasília, onde discutiram medidas econômicas com a cúpula petista e, ambos defenderam o ajuste fiscal como essencial para garantir a previsibilidade econômica, enquanto a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a fixação da meta de déficit zero e a flexibilização de pisos constitucionais para Saúde e Educação.

Gleisi também expressou preocupações sobre a revisão dos beneficiários do Bolsa Família, que já resultou na exclusão de quase 2 milhões de pessoas do programa. A dirigente petista destacou que a atualização cadastral pode afetar a base social do governo Lula e recomendou cautela para evitar injustiças. Wellington Dias, responsável pela reavaliação, explicou que a revisão busca identificar inconsistências e que outros benefícios estão sendo concedidos no lugar dos suspensos.

Foto: Lucas Dias/ GP1Fernando Haddad e Wellington Dias
Fernando Haddad e Wellington Dias

O governo espera economizar cerca de R$ 25,9 bilhões em 2025 com essas ações, que incluem revisões cadastrais no BPC, seguro-defeso e benefícios por incapacidade. Lula afirmou que o objetivo é conter gastos excessivos e identificar beneficiários irregulares. A estratégia é que os detalhes das revisões sejam anunciados pelos ministérios envolvidos, demonstrando a coesão do governo em torno do plano.

A equipe econômica tem dialogado com parlamentares do PT para esclarecer dúvidas e garantir apoio às medidas legislativas necessárias para as revisões. Eles afirmam que não haverá desvinculação dos benefícios à correção concedida ao salário mínimo, nem flexibilização dos pisos constitucionais de Saúde e Educação. O governo também busca evitar obstáculos no Congresso, como ocorreu em maio, quando a bancada do PT se opôs à taxação de importações de até US$ 50.


Auxiliares de Lula reconhecem que a oposição pode explorar os cortes para acusar o presidente de abandonar sua plataforma de campanha. Por isso, consideram crucial que o PT defenda o ajuste fiscal. A valorização do salário mínimo e a taxação de fundos de super-ricos e em paraísos fiscais são apontadas como medidas que cumprem a promessa de incluir o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda.

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