O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento do desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), por afirmar, durante uma sessão de julgamento, que as mulheres “estão loucas atrás de homens”. A medida foi tomada pelo corregedor nacional de Justiça do CNJ, ministro Luís Felipe Salomão.
O corregedor instaurou reclamação disciplinar contra o magistrado por “manifestações de conteúdo potencialmente preconceituoso e misógino” contra uma menina de 12 anos durante a sessão realizada no dia 3 de junho.
Luís César Espíndola, atuando em casos de Direito da Família, julgava uma denúncia de assédio de um professor contra a garota, e votou contra a concessão de medida protetiva para a menina, a fim de garantir o afastamento do acusado.
Durante a referida sessão, ele disse que são as mulheres quem “assediam os homens hoje em dia”, que mulheres “estão loucas atrás de homens” e que há um “discurso feminista desatualizado”. Veja o vídeo:
“Não se pode aceitar que violações a direitos fundamentais ocorram no âmbito de um Poder que prima pela garantia desses mesmos direitos”, destacou o corregedor Felipe Salomão.
Com isso, o desembargador ficará afastado até a decisão do procedimento ou até a deliberação do plenário do CNJ, na primeira sessão ordinária de agosto. O corregedor nacional deu um prazo de 10 dias para manifestação do magistrado e do Tribunal de Justiça do Paraná.
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