O delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ), Rivaldo Barbosa, prestou depoimento nesta segunda-feira (15) no Conselho de Ética da Câmara, que realiza processo que pode cassar o mandato do deputado federal Chiquinho Brazão. Em declarações feitas durante a sessão, Barbosa afirmou que a “única coisa” que fez foi “indicar o delegado que prendeu” o ex-policial militar Ronnie Lessa, resultado da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Embora o ex-chefe da Polícia Civil negue qualquer envolvimento com os irmãos Brazão, ele foi convocado para ser uma das testemunhas do parlamentar em audiência no Conselho de Ética da Câmara. Ao ser questionado sobre isso, ele afirmou que foi “tirado” de casa e levado ao presídio, sem nenhuma chance de se defender, e que agora estava tendo a oportunidade de fazê-lo.
Rivaldo Barbosa está preso preventivamente desde 24 de março. Ele, Chiquinho Brazão e Domingos Brazão são acusados de serem os mandantes do crime. “Nunca falei com essas pessoas [irmãos Brazão] na minha vida, não existem para mim, com todo respeito que tenho pelo ser humano. Não encontraram nenhum contato [meu] com esse ser humano. Estou aqui há quase 4 meses e, a única coisa que eu fiz foi indicar o delegado que prendeu o Ronnie Lessa com provas técnicas”, afirmou ex-chefe da PC-RJ.
O delegado indicado por Barbosa é Giniton Lages, que comandou as investigações sobre o assassinato de Marielle no Rio de Janeiro. Ele também foi alvo da operação que prendeu o ex-chefe da corporação, e atualmente usa tornozoleira eletrônica. Conforme Rivaldo Barbosa, “todos foram investigados” sobre a morte da vereadora, incluindo os irmãos Brazão.
“Toda linha que apareceu foi investigada. Todas as informações que chegavam para a investigação, ele [Giniton] abria uma ala para que fossem investigadas. Houve quebras de sigilos deles e da família toda”, ressaltou Rivaldo Barbosa.
Ainda no depoimento, o delegado afirmou que Giniton Lages “buscou a verdade e prendeu Ronnie Lessa com provas técnicas”. Para ele, Marielle foi “morta pela milícia”. O motivo, no entanto, Barbosa não soube esclarecer a motivação do crime, sendo algo que apenas Lages poderia responder.
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