Fechar
GP1

Brasil

MPF pede que ex-CEO das Americanas seja extraditado da Espanha

A solicitação do Ministério Público Federal visa evitar que Gutierrez seja julgado na Espanha.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça Federal no Rio de Janeiro a extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO das Lojas Americanas, atualmente na Espanha, por ser apontado como líder de uma fraude bilionária no conglomerado. A solicitação do MPF visa evitar que Gutierrez seja julgado na Espanha. A fraude, investigada na Operação Disclosure pela Polícia Federal, envolveu a manipulação de resultados financeiros para inflar o valor das ações da empresa e garantir bônus milionários aos executivos.

De acordo com o MPF, a “hierarquia da fraude” era composta por cinco escalões, liderados por Gutierrez, preso em Madri no final de junho, mas solto após audiência de custódia. Abaixo dele, Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da Americanas, comandava diretamente as fraudes na B2W, sempre informando Gutierrez sobre o esquema. Saicali também foi alvo de prisão preventiva, substituída por medidas cautelares.

No terceiro escalão, Timotheo Barros e Marcio Cruz atuavam como intermediários, conectando os executores da fraude com a cúpula da empresa. Eles cobravam informações dos escalões inferiores e repassavam ordens dos superiores. O quarto escalão, composto por ex-diretores e executivos, era responsável por seguir as ordens e realizar as fraudes. Fabien Pereira Picavet, por exemplo, manipulava informações para atender às expectativas do mercado.

O quinto e último escalão, representado por Flávia Carneiro, subordinada de Marcelo Nunes, executava diretamente as fraudes contábeis. Em um e-mail, Carlos Padilha, ex-diretor operacional, solicitou que Flávia enviasse dados falsos a Gutierrez. A operação visava manter a aparência de uma situação financeira positiva, iludindo investidores e analistas de mercado.


A Polícia Federal, em conjunto com procuradores do MPF e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), bloqueou R$ 500 milhões dos envolvidos. As investigações revelaram que os crimes incluíam manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A atual administração da Americanas colaborou com as autoridades, fornecendo informações sobre as práticas fraudulentas da antiga gestão.

Os advogados de Miguel Gutierrez e outros envolvidos negam as acusações e alegam que seus clientes estão colaborando com as investigações. A Americanas se declarou vítima das fraudes e expressou confiança na justiça, aguardando a responsabilização dos culpados.

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.