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Justiça do DF vai interrogar donos da JR Rações acusados de tráfico de cetamina

A medicação anestésica veterinária é usada para fabricar a nova droga conhecida como 'Key' ou 'Keyla'.

A Justiça do Distrito Federal marcou para o dia 15 de agosto deste ano a audiência de instrução da ação penal em que é réu o empresário José Raimundo Oliveira, proprietário da JR Rações, acusado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, de vender a medicação anestésica Cetamina, utilizada para fabricar a nova droga conhecida como Key ou Keyla, para criminosos em Brasília, juntamente com os filhos, Tiago Ribeiro de Oliveira e Fernando Ribeiro de Oliveira. A audiência terá início às 14h e será presidida pelo juiz Tiago Pinto Oliveira, da 2ªVara de Entorpecentes do Distrito Federal.

Também são réus na mesma ação, Flávio Dias Cordeiro, vulgo "Gargamel", acusado de comandar, há uma década, a maior operação em atividade de tráfico de cetamina do DF, Rodrigo Vieira dos Santos, Wallace dos Santos Alves e Eliete Dias Cordeiro da Silva.

Foto: Alef Leão/GP1Apreensão de cetamina
Apreensão de cetamina

Droga passou a ser consumida em festas da alta sociedade

A cetamina é um anestésico veterinário amplamente utilizado, também empregada em tratamentos psiquiátricos, comercializada de maneira líquida. A substância é utilizada, ainda, como droga recreativa e, após ser adquirida pelos traficantes, passa por processos caseiros de evaporação, geralmente em forno micro-ondas, resultando no pó puro. Com efeitos alucinógenos parecidos com os do LSD, a substância passou a ser consumida indiscriminadamente em festas da alta sociedade sem que os perigos para a saúde fossem levados em consideração.

JR Rações vendeu grande quantidade de cetamina, diz MP

A denúncia narra que, ao longo de um período superior a 3 (três) anos, Flávio Gargamel adquiriu regularmente grandes quantidades de cetamina da empresa JR Rações, de propriedade de José Raimundo de Oliveira, estando seus filhos Tiago Ribeiro de Oliveira e Fernando Ribeiro de Oliveira ligados à sociedade, atuando ativamente na empresa. A empresa fornecia, por meio de notas fiscais falsas, grandes quantidades do medicamento a Flávio, para posterior difusão ilícita.


Foto: Alef Leão/GP1A loja do empresário é a J R Rações
A loja do empresário é a J R Rações

Droga era transportada de ônibus para o DF

A droga era transportada para o Distrito Federal por uma empresa de ônibus, e Rodrigo Vieira exercia importante função, pois na qualidade de representante da empresa, garantia o embarque, transporte e desembarque das substâncias. Wallace, por sua vez, era responsável por transportar a droga da rodoviária interestadual do Plano Piloto até a residência de Flávio Gargamel, em Águas Claras, onde era distribuída tanto para subtraficantes quanto para usuários finais. A droga era enviada de Teresina com documentação falsa, para evitar a apreensão em eventuais fiscalizações.

Grupo vendia 180 frascos de cetamina a cada 15 dias

Com base em dados bancários e apreensões, o Ministério Público avalia que o grupo criminoso inseria aproximadamente 180 frascos de cetamina a cada 15 (quinze) dias no Distrito Federal. Flávio Gargamel utilizava a conta bancária de sua irmã Eliete para efetuar os pagamentos ao fornecedor em Teresina/PI e receber os valores referentes às vendas da droga no DF. A partir dessa conta, ele fragmentava o dinheiro para contas pessoais e adquiria patrimônio em nome de terceiros, além de efetuar pagamentos aos comparsas.

A empresa JR Rações recebia pagamentos de Flávio Gargamel em suas contas bancárias de pessoa jurídica, misturando o faturamento das vendas legais com o tráfico de cetamina, constituindo, portanto, método eficaz de lavagem de capitais.

Todos os envolvidos, com exceção de Eliete Dias Cordeiro Silva, vão responder pelo crime tipificado no art. 33 (tráfico) e 35 (associação para o tráfico), cumulado com o art. 40 (tráfico entre estados da federação) da Lei 11.343/2006. Caso sejam condenados, os réus poderão pegar até 20 anos de cadeia.

Droga matou Djidja Cardoso, a sinhazinha do Boi Garantido

A morte de Dilemar Cardoso da Silva, 32 anos, conhecida como “Djidja Cardoso”, provocou o debate sobre o uso ilegal da cetamina, ou ketamina, como também é conhecida. A suspeita é que a empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido teve uma overdose.

Foto: ReproduçãoDjidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido
Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido

Em outros países, a droga também é identificada apenas pela letra "K". A cetamina também tem sido usada de forma "recreativa", misturada a outras substâncias, podendo causar intoxicação, dependência, pupila dilatada e risco de morte.

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