A juíza Maria Youssef Murad Venturelli foi suspensa por 60 dias, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, após postagens em tom de crítica ao presidente Lula (PT) depois dos atos de 8 de janeiro. A decisão foi do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Todos os conselheiros votaram pela procedência do processo administrativo-disciplinar contra a magistrada por violação à lei orgânica da magistratura.
A relatora do procedimento, conselheira Renata Gil, destacou a falta de registros desabonadores e a idade da magistrada, bem como o reconhecimento da inadequação das postagens e sugeriu uma advertência,
O corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, discordou da relatora e pediu uma penalidade mais severa. Ele citou a jurisprudência do CNJ em casos semelhantes, como o de um desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região que também postou conteúdo político-partidário nas redes sociais.
Defesa
A juíza admitiu ter compartilhado as postagens e reconheceu sua inadequação. Contudo, argumentou que as publicações não configuravam atividade político-partidária e tinham baixo impacto, sendo vistas por poucas pessoas de seu círculo pessoal e profissional.
A magistrada afirmou ainda que as postagens foram feitas depois das eleições de 2022 e não atacavam instituições ou o Estado Democrático de Direito, além de ter ressaltado que as publicações foram apagadas assim que soube da investigação do CNJ, reforçando que não houve repercussão significativa.
Publicações
As publicações da magistrada incluíam um título que dizia: “revoltante, PT propõe projeto Zanin para garantir a impunidade no Brasil”.
Em outra publicação, Maria Youssef compartilhou um vídeo sobre a viagem do presidente da Islândia a Londres, e comentou: “Lição não aprendida pelo nove dedos”.
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