Para eliminar o déficit habitacional até 2033, o Brasil precisaria investir R$ 1,97 trilhão em moradias, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Isso corresponde a um investimento anual de R$ 197,5 bilhões, considerando tanto o déficit atual de 6,26 milhões de moradias quanto a projeção de demanda por habitações nos próximos 10 anos, de 6,59 milhões.
A maior parte desse déficit e da demanda futura está concentrada na Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), destinada àqueles que ganham até R$ 2.640 mensais. Cerca de 75% de todas as habitações a serem construídas, aproximadamente 9,63 milhões, seriam destinadas a este grupo.
No cenário mais provável, em que os investimentos são feitos anualmente, a produção de novas moradias impulsionaria um investimento total de R$ 485,3 bilhões por ano. Esse valor leva em conta os impactos no próprio setor da construção, na cadeia de suprimentos e na economia em geral.
Esse investimento teria um efeito significativo na economia do país, pois, segundo as projeções, haveria um aumento de R$ 220,4 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do país, correspondendo a um crescimento anual de 2,1%. Além disso, a arrecadação tributária também aumentaria, em cerca de R$ 122,77 bilhões.
O estudo também considerou o investimento necessário para eliminar o déficit habitacional atual de uma só vez, que seria de R$ 961,5 bilhões. No entanto, a Cbic ressalta que esse cenário é improvável, dada a dificuldade de encontrar fontes de recursos. Para efeito de comparação, o volume de recursos anunciados para o MCMV no período de 2023 a 2026, somados às contrapartidas, totaliza R$ 394,1 bilhões, deixando um hiato de R$ 567,46 bilhões.
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