Os nove governadores da Amazônia Legal enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitando a indicação do desembargador Carlos Brandão, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, para uma vaga de ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Brandão, natural do Piauí, é apoiado pelo novo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. Lula deverá escolher um dos três desembargadores eleitos pelos ministros do STJ, sendo Brandão o mais votado. Além dele concorrem Daniele Maranhão Costa, também do TRF1, e Marisa Ferreira dos Santos, do TRF3.
Na carta, os governadores destacaram as qualidades de Brandão, citando seu “alto grau de tecnicidade jurídica”, seu “profundo sentimento de justiça social” e suas “realizações em favor do desenvolvimento regional da Amazônia”. O apoio unificado dos governadores da região visa influenciar a decisão do presidente.
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Os signatários da carta incluem Gladson Camelli (Acre), Clécio Luís (Amapá), Wilson Lima (Amazonas), Mauro Mendes (Mato Grosso), Helder Barbalho (Pará), Marcos Rocha (Rondônia), Antonio Denarium (Roraima), Wanderlei Barbosa (Tocantins) e Carlos Brandão (Maranhão), que é homônimo do candidato. A indicação de Brandão, no entanto, ainda precisa passar pela aprovação do Senado.
Simultaneamente, grupos de advogados e juristas de todo o Brasil estão pressionando Lula para que indique mulheres para as vagas abertas no STJ. As entidades ressaltam que as cadeiras anteriormente ocupadas por ministras, como Laurita Vaz e Assusete Magalhães, não podem ser desconsideradas. O manifesto argumenta que manter a representação feminina é essencial para a diversidade e a credibilidade da Corte.
Entre as organizações que assinam o manifesto estão a Coalizão Nacional de Mulheres, o Movimento Nacional pela Paridade no Judiciário e a Associação Brasileira de Advogadas. Essas entidades enfatizam que a não indicação de mulheres significaria um retrocesso, não apenas em termos de paridade, mas também na capacidade do tribunal de refletir as realidades da sociedade.
Brandão é visto como um candidato próximo ao ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas também tem uma relação conflituosa com o desembargador Ney Bello, do TRF1, que teve o apoio de ministros influentes na corrida pelo STJ. A relação de Lula com aliados como Flávio Dino pode ser um fator na escolha do indicado para a vaga no tribunal.
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