Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados nesta sexta-feira (09), revelam que a região Matopiba, composta pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é responsável por metade do desmatamento do Cerrado.
Os números do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) do INPE revelam um aumento significativo de 35% na perda de vegetação no Cerrado entre janeiro e maio de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Durante esse período, aproximadamente 3.532 km² de área foram desmatados, em contraste com os 2.612 km² registrados no ano anterior. Esse é o pior índice de desmatamento desde 2017.
O Sistema Deter é um recurso utilizado pelo INPE para identificar rapidamente alertas de desmatamento em todo o país, a fim de orientar as ações de fiscalização ambiental. Embora não seja comumente utilizado para análises de curto prazo, devido à influência das variações na cobertura de nuvens, seus resultados têm sido alarmantes. Em maio, o desmatamento aumentou em 83% em relação a abril, demonstrando a aceleração preocupante desse problema ambiental.
De acordo com informações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, cerca de 77% do desmatamento no Cerrado foi identificado em propriedades rurais registradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Esse registro permite ao governo identificar os responsáveis pelas áreas, sejam proprietários ou posseiros envolvidos em processos de regularização fundiária. Além disso, aproximadamente 15,9% do desmatamento ocorreu em assentamentos rurais e uma parcela menor, de 4,2%, ocorreu em áreas de preservação ambiental.
Quanto aos municípios que mais apresentaram índices de desmatamento no Cerrado, destacam-se São Desidério e Jaborandi, localizados no oeste da Bahia, que juntos representam mais de 11% da área desmatada. Outros municípios que também se destacam no agronegócio, como Balsas, no Maranhão, Barreiras e Cocos, na Bahia, aparecem na lista dos principais. No total, dos municípios com maiores índices de desmatamento no Cerrado este ano, 10 estão na Bahia, 5 no Maranhão, 4 no Piauí, 3 no Tocantins, 1 no Mato Grosso e 1 no Pará. Esses dados reforçam a necessidade de medidas efetivas para proteger o meio ambiente nessa região.
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