A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), se declarou suspeita no julgamento sobre o pedido de revogação da prisão preventiva do ex-deputado federal Roberto Jefferson. A decisão da ministra se deve ao fato de Jefferson tê-la ofendido em outubro do ano passado, após ela votar a favor de uma decisão que censurava a Jovem Pan até o fim das eleições. A emissora foi proibida de informar os brasileiros sobre os fatos que envolvem a condenação do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente da República.
Além disso, o ex-deputado se referia a uma decisão de Cármen no Tribunal Superior Eleitoral, em que ela barrou a exibição do documentário da Brasil Paralelo “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”. Em retaliação, Jefferson gravou um vídeo ofensivo contra a ministra, em que a chamou de “bruxa de Blair” e a comparou com uma prostituta.
Um dia depois dos ataques, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão do político, que foi cumprida em 23 de outubro na casa de Jefferson, no Rio de Janeiro. Durante a prisão, o ex-parlamentar recebeu a polícia com tiros e granadas, deixando alguns agentes feridos, o que o levou a se tornar réu por tentativa de homicídio. Agora, o Supremo está analisando no plenário virtual se referenda a decisão de Moraes ou se deixa o político em liberdade.
STF vai decidir situação de Roberto Jefferson
A sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que avalia o pedido de revogação da prisão preventiva do ex-deputado federal Roberto Jefferson teve início em 21 de abril. Até o momento, dois ministros votaram contra a revogação: Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Nenhum ministro votou a favor da revogação ainda.
Em janeiro de 2022, Jefferson deixou a prisão de Bangu 8, no Rio de Janeiro, para cumprir prisão domiciliar. A mudança foi autorizada por Moraes, devido à saúde fragilizada do ex-deputado, segundo a sua defesa.
O pedido de revogação da prisão preventiva foi motivado pelos advogados de Jefferson, que alegam que o ex-deputado apresenta problemas de saúde e não representa risco para a ordem pública. Entretanto, a Procuradoria-Geral da República se manifestou contrária à revogação, alegando que Jefferson representa um risco à ordem pública e à instrução criminal, além de já ter tentado fugir da Justiça.
O plenário virtual do STF tem até o dia 30 de abril para concluir a votação sobre a revogação da prisão preventiva de Roberto Jefferson.
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