Após a morte de João Alberto Silva Freitas, a rede de supermercado Carrefour terá que pagar R$ 68 milhões em mais de 800 bolsas estudantis para pessoas negras em instituições de ensino superior em todo o Brasil. A ação é consequência do processo de danos morais coletivos movido contra o supermercado pela morte de João Alberto em 2020.
Nas vésperas do Dia da Consciência Negra, um homem negro morreu após ser espancado e sufocado por dois seguranças do Carrefour. O episódio foi registrado pelas câmeras de alguns clientes, que compartilharam as agressões sofridas por João Alberto nas redes sociais, o que provocou uma mobilização nacional sobre o ocorrido.
A decisão corresponde ao termo de ajustamento de conduta acordado entre o Carrefour, os Ministérios Público e Federal e do Rio Grande do Sul e as Defensorias do Estado e da União. Dos R$ 68 milhões, R$ 20 milhões serão destinados para alunos de graduação, R$ 30 milhões para estudantes de mestrado; R$ 10 milhões para doutorado e R$ 8 milhões para especialização.
Embora tenha sido descartado o crime de injúria racial, a delegada Roberta Bertoldo afirmou na época que as agressões ocorreram em decorrência do racismo estrutural presente no País. Ao todo, seis pessoas foram indiciadas pelo crime, entre elas os seguranças, a agente de fiscalização Adriana Alves Dutra, que aparece nos vídeos do espancamento tentando impedir a gravação. Além de três funcionários com participação menor no crime.
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