O ex-professor da USP, Marcelo Rodrigues de Carvalho, foi condenado por improbidade administrativa pela Justiça Federal. Ele é acusado de liderar um esquema que desviou cerca de R$ 930 mil do programa de pós-graduação em zoologia do Instituto de Biociências da universidade. Além dele, os empresários Sérgio dos Santos e Marcos Simplício também foram condenados por fornecerem notas frias.
Carvalho, que foi coordenador do programa por cinco anos, era responsável por administrar verbas federais destinadas à pesquisa na pós-graduação em zoologia. Segundo investigações do Ministério Público Federal, ele se apropriou dos recursos por meio de notas frias. O esquema foi descoberto quando professores estranharam a falta de recursos para um projeto e começaram a solicitar a prestação de contas do programa.
As notas apresentadas por Carvalho mostravam compras de materiais e equipamentos em quantidades desproporcionais, muito acima do que poderia ser utilizado nos laboratórios do departamento. Por exemplo, foram adquiridos 432 balões de fundo redondo, um tipo de vidraria de laboratório normalmente usada em estudos de química, não de zoologia. De acordo com o Ministério Público, esses materiais nunca foram encontrados.
Na sentença, o juiz Hong Kou Hen afirmou que as condutas de Marcelo, Sérgio e Marcos evidenciam um comportamento desonesto e corrupto. Pela decisão, o ex-professor terá de devolver cerca de R$ 651 mil, enquanto os empresários Sérgio e Marcos terão de devolver, respectivamente, R$ 165,1 mil e R$ 113,9 mil. Esses valores ainda serão acrescidos de juros e correção monetária. Além disso, eles terão de pagar uma multa civil, cujo valor ainda será calculado.
Na defesa apresentada à Justiça, o ex-professor Marcelo negou o desvio e a apropriação de verbas públicas. Ele afirmou que sempre empregou os valores em prol do programa acadêmico, fomentando pesquisas e custeando viagens e materiais para alunos e professores. Já o empresário Sérgio dos Santos disse à Justiça que, se houve desvio de valores, não foi com sua participação. O empresário Marcos Simplício não apresentou defesa à Justiça.
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