Davi Fernandes
Um grupo de pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontou que a seca e o aumento da temperatura da água do Lago Tefé estão relacionados à morte de 153 botos na região. O órgão está elaborando uma barreira física para isolar uma área do lago onde a temperatura chegou a 39,1°C e evitar mais mortes. O boletim técnico foi divulgado neste sábado (21), após ser finalizado no último dia 15 de outubro.
Segundo o ICMBio, os botos continuam frequentando um trecho do lago chamado de Enseada do Papucu por causa da grande quantidade de peixes no local, que são parte de sua alimentação básica. No entanto, essa área tem apresentado uma temperatura muito acima da normal, que é de 30°C, o que pode ter causado estresse térmico nos animais.
O instituto informou que nas pesquisas e autópsias realizadas, não houve indício de algum agente infeccioso como causa da mortalidade. O diagnóstico molecular realizado também deu resultado negativo para que as mortes tenham sido causadas por vírus ou bactérias.
A investigação teve três frentes de monitoramento: água, peixes e fitoplâncton. A única que mostrou comportamento anormal foi a água, por causa da temperatura. O ICMBio explicou que a seca no Estado do Amazonas reduziu o nível do lago e dificultou a troca de água entre a Enseada do Papucu e o restante do lago.
O órgão disse que está planejando fazer uma condução dos animais para áreas mais profundas e menos quentes do Lago Tefé, depois de isolar a Enseada do Papucu com uma barreira de madeira. O objetivo é preservar os botos, que são considerados patrimônio natural da região.
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