Pilotos e comissários de voo aprovaram nessa quinta-feira (15), o início de uma greve nacional a partir da próxima segunda-feira (19). A decisão foi confirmada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
Diariamente, os profissionais vão paralisar os serviços de 6h às 8h, nos principais aeroportos do Brasil como: Congonhas, São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte e Fortaleza. As viagens com órgãos para transplante, doente e vacinar a bordo acontecerão normalmente. A paralização pode resultar em uma avalanche de atrasos e cancelamento de voos.
De acordo com a SNA, os trabalhadores da categoria reivindicam “a recomposição das perdas inflacionárias e um ganho real nos salários e benefícios”. Os profissionais também pedem melhorias nas condições de trabalho para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho, com definição e respeito no cumprimento dos horários de folgas e do tempo limite em solo entre etapas de voos.
O principal motivo para reivindicação da categoria sobre o aumento dos salários é baseado “nos altos preços das passagens aéreas, que têm gerado crescentes lucros para as empresas”, afirmou o Sindicato em nota. Em informes ao mercado, as empresas têm demonstrado recuperação do setor, com lucros maiores do que no período pré-pandemia.
“As empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remuneração mais digna aos tripulantes, além de propor que pilotos e comissários trabalhem mais horas”, informou o SNA em nota.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), informou que o preço das passagens foi afetado tanto pela pandemia como conflitos na Europa, desvalorização do real em frente ao dólar e aumento do preço de petróleo.
Confira a nota da SNEA na íntegra:
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) vem a público esclarecer as questões acerca do movimento de greve anunciado pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
Primeiramente, o SNEA destaca que as negociações recentes buscam assegurar a continuidade da prestação dos serviços essenciais de transporte aéreo para a população e o direito dos clientes de viajar, especialmente neste período de alta temporada.
Cabe esclarecer que o preço das passagens foi fortemente afetado nos últimos anos por conta de pandemia, conflitos na Europa, desvalorização do real frente ao dólar e aumento do preço do petróleo. O querosene de aviação (QAV) aumentou 118% na comparação com o ano de 2019 e hoje representa mais de 50% dos custos, que por sua vez têm uma parcela de cerca de 60% dolarizada.
Desde a primeira reunião de negociação, o SNEA assegurou todos os direitos da Convenção Coletiva e ao longo do processo negocial, se mostrou aberto ao diálogo sempre com respeito aos profissionais que fazem parte do setor aéreo.
A última proposta do SNEA, que foi reprovada em assembleia, propunha reajuste de 100% do INPC no salário, diárias nacionais, seguro de vida e vale alimentação, além de garantir a data base 01/12 e todas as cláusulas financeiras e sociais da Convenção Coletiva enquanto as negociações estivessem em curso. Até o momento, o SNEA não recebeu nenhuma contraproposta do SNA.
O SNEA acredita que as categorias profissionais podem defender seus interesses por todos os meios legítimos, desde que esgotada a via negocial e observada a legalidade.
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