A Barragem CDS II, em Santa Bárbara, a 110 quilômetros de Belo Horizonte, em Minas Gerais, entrou em nível de alerta 1. A barragem pertence à minerada sul-africana AngloGold Ashanti e, segundo ela, a decisão segue o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração.
Em nota, a empresa afirma que, neste nível, “não é necessário o acionamento de sirenes ou a evacuação da zona de autossalvamento, pois não há risco iminente de rompimento”. “Salientamos que as autoridades competentes estão sendo envolvidas.”
De acordo com a empresa, após inspeção de rotina, a equipe técnica identificou uma trinca, “de centímetros de largura, na barragem, o que é comum em uma estrutura que passa por obras de reforço”. A Barragem CDS II recebeu na tarde desta sexta-feira, 7, a vistoria de técnicos da Agência Nacional de Mineração (ANM), que acompanham o caso.
“Ressaltamos que a Barragem CDS II conta com todas as licenças legais, além da declaração de condição de estabilidade emitida por auditoria externa em setembro de 2022″, afirma a nota.
Em caso de dúvidas, os moradores da região podem entrar em contato com o canal de relacionamento da minerada no telefone 0800 72 71 500.
No início da noite, a AngloGold Ashanti informou que recebeu o laudo de empresa externa especializada “atestando que o fator de segurança da barragem CDS II se encontra em nível acima do recomendado, o que comprova a segurança e estabilidade da estrutura”. “O fator de segurança atual é de 1.82, ou seja, superior ao mínimo exigido pela legislação, que é de 1.50.″
Uma das empresas mais antigas em operação no País, a mineradora AngloGold Ashanti anunciou investimento de R$ 1,6 bilhão em 2021 no Brasil para implementar um sistema para filtragem e empilhamento a seco de rejeitos nas suas unidades de produção de ouro. O objetivo final é encerrar as barragens que concentram rejeitos de mineração, reduzindo riscos ao meio ambiente. As plantas da AngloGold se localizam nos Estados de Minas Gerais e Goiás.
A relação da AngloGold com o Brasil remonta ao século 19, ainda como Saint John del Rey Mining Company. Seus sócios eram ingleses e investiram na exploração de ouro em Minas Gerais. Em 1881, a empresa chegou a receber o casal imperial Dom Pedro II e Tereza Cristina, que visitaram uma mina em Congonhas (MG).
Em 25 de janeiro de 2019, o rompimento de uma barragem da mineradora Vale matou 270 pessoas, entre empregados, funcionários de empresas terceirizadas, proprietário e hóspedes de uma pousada. Laudo apresentado pela Polícia Federal aponta que o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho ocorreu por perfuração feita a partir da parte superior até a base da represa, onde os rejeitos ficam armazenados. A operação foi iniciada cinco dias antes da tragédia e estava em andamento na data da ruptura.
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