Com a adesão em massa dos servidores públicos federais ao movimento de operação-padrão e entrega de cargos comissionados no governo, presidente Jair Bolsonaro pediu neste sábado, 8, "sensibilidade" ao funcionalismo e disse que todas as categorias podem ficar sem reajuste este ano, incluindo as de segurança, já que não há espaço no Orçamento para dar aumento par a todos. "Pode ser que não tenha reajuste para ninguém. Tudo é possível", disse.
“Primeiramente, não está garantido o reajuste para ninguém. Tem uma reserva de R$ 2 bilhões que poderia ser usada para a PF (Polícia Federal) e a PRF (Polícia Rodoviária Federal), além do pessoal do sistema prisional. Mas outras categorias viram isso e disseram ‘eu também quero’, e veio essa onda toda”, afirmou.
Bolsonaro lembrou que os servidores estão sem reajustes há três anos e passaram a contribuir mais após a reforma da Previdência. “Reconheço que os servidores perderam bastante o poder aquisitivo, mas apelo para a sensibilidade deles. A proposta de Rodrigo Maia na pandemia era de cortar 25% dos salários do funcionalismo e decidimos por apenas congelar os salários por 1 ano e meio”, argumentou, se referindo ao ex-presidente da Câmara.
Mobilização
O movimento por salários melhores no funcionalismo começou após o presidente Bolsonaro anunciar em dezembro que faria uma reestruturação das carreiras policiais ligadas ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. O governo chegou a reservar R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022 para atender apenas as categorias de segurança que são base de apoio do seu governo.
O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) aprovou no fim de dezembro um calendário de mobilização de servidores públicos por reajuste salarial, incluindo paralisações em janeiro - a primeira no dia 18 -, e assembleias em fevereiro para deliberar sobre uma greve geral.
Várias categorias fazem parte de um movimento de entrega de cargos de confiança, incluindo os auditores da Receita Federal e do Trabalho, funcionários do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação-padrão dos auditores vem causando transtornos em portos de várias partes do País e também na fronteira do Brasil com outros países, como a Venezuela.
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