Governadores de 21 Estados brasileiros preparam uma carta para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com propostas e compromissos relacionados ao clima e à preservação dos biomas. O texto foi finalizado ontem e o grupo quer enviá-lo ao embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, até o dia 20. Os gestores miram parte de um aporte de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 113 bilhões) que Biden prometeu, ainda na campanha, para combater o desmatamento de florestas tropicais.
O pedido ocorre no momento em que o Brasil está no centro das atenções por causa de elevadas taxas de desmate e por críticas à política ambiental da gestão Jair Bolsonaro. No dia 22, o presidente americano estará reunido com 40 líderes mundiais, incluindo o presidente brasileiro, para uma cúpula do clima em Washington, onde deve discutir a verba e outros assuntos relacionados ao tema.
O documento foi montado pelo Centro Brasil no Clima (CBC) e dele participaram lideres e especialistas de outras oito instituições da área. Entre os governadores, um dos articuladores da carta foi Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo. Ele explica que o objetivo não é rivalizar com o governo federal, mas somar esforços.
"Não queremos tirar o protagonismo do governo. Queremos que ele mude de posição e se interesse mais pelo tema", diz Casagrande. "Queremos puxar o protagonismo desse assunto para o Brasil. Nossa imagem está muito arranhada internacionalmente porque não houve preocupação com o tema."
No seu texto, os governadores propõem parcerias para impulsionar o reflorestamento, o equilíbrio climático e a redução de desigualdades. Em troca, se comprometem em causas como redução dos gases estufa, promoção de energias renováveis, combate ao desmatamento, a proteção e o bem-estar dos povos indígenas e o reflorestamento massivo.
Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse em entrevista ao Estadão que consegue reduzir a devastação da Amazônia em até 40% em 12 meses se receber US$ 1 bilhão dos americanos. O plano, acrescentou, deve ser apresentado a Joe Biden no encontro do dia 22. Se não houver o auxílio imediato, diz ele, é difícil estabelecer uma meta.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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