O governo federal vai oferecer R$ 10,1 milhões em bolsas de estudos para combater crimes no País. O programa foi apresentado nesta quarta-feira, 8, pelos ministros da Educação, Abraham Weintraub, e da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, em Brasília.
O Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad) em Segurança Pública e Ciências Forenses será desenvolvido com bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes).
Do total, R$ 6 milhões do financiamento virão de recursos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, R$ 2,1 milhões da Polícia Federal e R$ 2 milhões da Capes, de acordo com o MEC. Os valores já estão garantidos no orçamento desses órgãos, afirmou o presidente da Capes, Anderson Correia. O edital será lançado em 15 dias e a seleção vai ser feita por consultores da instituição.
Com o programa, os ministérios querem desenvolver pesquisas em várias frentes, principalmente no desenvolvimento de tecnologias, para subsidiar o trabalho de órgãos como a Polícia Federal. Entre as iniciativas citadas, a intenção é mapear redes de tráfico e identificar a autoria de crimes por meio de exames de DNA. Outro objetivo anunciado é mapear práticas de lavagem de dinheiro e corrupção
Durante coletiva de imprensa no MEC, o ministro Sérgio Moro apontou que o programa vem em "boa hora". "É importante esse tipo de direcionamento para que nós tenhamos uma construção de estudos científicos relevantes para as políticas políticas que queremos desenvolver", afirmou o ministro.
Número de bolsas
O programa vai durar cinco anos e poderá envolver 400 instituições com programas já vinculadas na Capes. O número de bolsas vai depender da distribuição entre o tipo de qualificação dos selecionados - mestrado (bolsa de R$ 1,5 mil), doutorado (R$ 2,2 mil) e pós-doutorado (R$ 4,1 mil).
Um dos possíveis estudos citados pelo MEC é o desenvolvimento de uma tecnologia para ser usada em blitz de trânsito pelo País identificando se o motorista está sob efeito de drogas ilícitas. A Polícia Federal vai se envolver diretamente nas pesquisas, abrindo, por exemplo, dados estatísticas da instituição para os pesquisadores.
O programa foi apresentado como uma das formas de cumprir promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro na segurança pública. "Tudo isso é uma preocupação legítima da sociedade e está voltando para a sociedade o imposto de uma adequada, que a gente considera pertinente", afirmou o ministro Abraham Weintraub.
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