Em um estudo realizado pelo jornal Folha de S. Paulo foi encontrada “alta probabilidade” de haver fraude em pelo menos 1.125 provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). O estudo é embasado pelo método da cientista-chefe da empresa Caveon, Dennis Maynes, que presta serviços ao departamento de Educação da Flórida e Microsoft.
Uma das probabilidades avaliadas pela Folha foi a de duas ou mais provas terem o mesmo padrão de respostas certas e erradas, tendo em vista que são cobradas 180 questões com 5 alternativas cada. Segundo o estudo é “altamente suspeito” provas com o mesmo padrão, com erros e acertos na mesma alternativa.
- Foto: DivulgaçãoEnem
Outro ponto que chamou atenção dos pesquisadores foi o fato de que alunos de alto rendimento errem questões de nível médio ou baixo. Apesar das enormes probabilidades relatadas pela Folha, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Polícia Federal (PF) só confirmaram 14 casos de fraude no exame.
Piauí
A publicação utilizou o caso de Justimar Leal Teixeira, que ao realizar o exame em 2015 conseguiu obter um padrão muito parecido ao de 24 provas. Segundo a Folha, o gabarito de Teixeira só diverge em 5 das 175 questões analisadas, sendo 30 delas erradas na mesma alternativa.
Teixeira tem 48 anos e é da cidade de Patos (PI) e foi aprovado em 2016 para Biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, mas trancou o curso. Procurado pela reportagem, ele negou que tenha feito parte de algum esquema fraudulento.
Em 2016 foram constatadas 67 provas com suspeita de fraude e deste número, 11 foram aplicadas na cidade de Picos. Oito desses suspeitos são de Teresina e viajaram para realiza o exame na cidade de Picos. Apesar dos casos, o delegado Jonatas Brasil afirmou à Folha que não recebeu notificação sobre fraude no Enem.
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