A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que reveja sua decisão de enviar ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, as acusações feitas pelo empresário e dono da JBS, Joesley Batista, em delação ao Ministério Público Federal (MPF).
O recurso pode ser avaliado pelo próprio ministro ou enviado a ele para a Segunda Turma, colegiado que reúne cinco ministro, entre eles, Fachin. Por não ser mais presidente, Lula não tem foro privilegiado no STF e seu caso foi remetido a Moro, responsável pela operação em primeira instância. Segundo a defesa, o processo, no entanto, poderia ter ido para a Justiça Federal em Brasília ou São Paulo.
- Foto: Alex Silva/Estadão Conteúdo O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de ato favorável a ele na Praça Santos Andrade
Os defensores de Lula argumentam no recurso que Joesley fez apenas “duas referências genéricas ao nome de Lula em sua delação, sem qualquer base mínima que possa indicar a ocorrência dos fatos ou, ainda, a prática de qualquer ato ilícito”. De acordo com o advogado Cristiano Zanin Martins, “demonstra ainda que tais referências referem-se a situações ocorridas em Brasília ou em São Paulo, sem nenhuma relação com a Operação Lava Jato”.
De acordo com informações da Veja, no acordo de delação premiada, Joesley diz que o acesso do grupo JBS a aportes bilionários do BNDES foi comprado à custa de milionárias propinas destinadas a Lula e também a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo o empresário, o dinheiro era pago para garantir que nenhum pleito do grupo fosse atrapalhado por burocratas do governo.
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