O Ministério Público Federal solicitou ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que volte atrás da sua decisão, que deu autorização à ex-primeira-dama, Adriana Ancelmo, a ter um computador sem internet em casa. A defesa de Adriana havia solicitado um equipamento desktop para “consulta aos autos dos processos e seus apensos, que, atualmente, se apresentam de forma eletrônica em grande volume”.
A mulher do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) está em prisão domiciliar em seu apartamento, no Rio de Janeiro, e por determinação da Justiça, não pode ter acesso ao telefone ou à internet. Adriana é acusada por corrupção e lavagem de dinheiro na organização criminosa que seria liderada por seu marido.
Segundo a Procuradoria, a instalação de um desktop torna “mais fácil um possível acesso da ré à internet, bastando, para tanto, de apenas um modem sem fio, que prescinde de instalação no local, podendo ser conectado e desconectado do computador no momento que desejar, sem deixar qualquer rastro de sua utilização”.
“Não é demasiado destacar que, os crimes de lavagem de dinheiro são usualmente cometidos através da internet, razão pela qual, malgrado as louváveis medidas de precaução tomadas, é de sabença geral, que a difícil fiscalização de tal medida torna evidente o risco da acusada utilizar de sua frouxa condição em prisão domiciliar para acessar e movimentar o patrimônio oculto por Sérgio Cabral”, alegou a força-tarefa da Lava Jato, no Rio.
De acordo com a Veja, no final do ano passado, Adriana foi presa e levada à cadeia de Bangu, no Rio, porém, em março, ela ganhou direito de ficar em prisão domiciliar por iniciativa do próprio juiz Bretas, que usou como base o Estatuto da Primeira Infância, que estabelece que presas com filhos menores de 12 anos podem ter a custódia preventiva transformada em domiciliar. Adriana tem um filho de 11 anos, além de outro de 14.
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