Nessa sexta-feira (10), o senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado reafirmou que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mesmo preso desde outubro em Curitiba pela Operação Lava Jato, ainda tem influência no governo de Michel Temer. O senador falou em entrevista veiculada no Jornal Nacional, da TV Globo, que tem medo de que a interferência de Cunha “se amplie e se exerça no dia a dia, sem que o próprio presidente da República tenha a percepção do que é que está acontecendo”.
“Esse grupo originário que tem como líder e chefe o Eduardo Cunha, que as pessoas vão a Curitiba para saber o que ele orienta, o que ele recomenda, o governo não pode ficar exposto a isso. Não pode ficar exposto a isso, e o PMDB não concordará que o governo continue a ser influenciado por Eduardo Cunha”, continuou Renan.
A declaração de Renan sobre Cunha vai contra ao que o presidente Michel Temer disse em entrevista ao jornalista Jorge Bastos Moreno, da rádio CBN, na sexta-feira (11) onde negou que o ex-presidente da Câmara tivesse influência no governo federal. “Absolutamente não existe [influência de Cunha]. Com o senador Renan eu tenho dialogado permanentemente. Evidentemente, essas afirmações não têm sustentação. Imagine se o Eduardo Cunha que está, enfim, distante, pode influenciar alguma coisa aqui. Não há influência nenhuma”, afirmou Temer.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoMichel Temer, Renan Calheiros, Rodrigo Maia
De acordo com a Veja, Renan Calheiros está descontente com as nomeações do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) para a liderança do governo na Câmara, a do deputado André Moura (PSC-SE) para líder do governo no Congresso, em substituição ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), a escolha do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça e aos rumores sobre a possibilidade de o subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo Rocha, assumir o lugar do ministro Eliseu Padilha, o “Primo” das planilhas da Odebrecht, licenciado por motivos de saúde.
Os deputados Aguinaldo Ribeiro e André Moura eram soldados da tropa de choque de Eduardo Cunha enquanto ele era presidente da Câmara. O atual ministro da Justiça, Osmar, foi acusado por adversários de Cunha de promover manobras na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, da qual era presidente, para tentar salvar o mandato do ex-deputado. Já Rocha foi advogado de Eduardo Cunha.
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