A Justiça Federal negou, na noite desta quarta-feira (11), habeas corpus em favor do ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. O parecer foi do desembargador federal Abel Gomes, da Primeira Turma Especializada do TRF2. Nuzman foi preso no dia 5 durante a Operação Unfair Play e também nesta quarta-feira, ele renunciou ao cargo de presidente do COB.
Os advogados de defesa queriam revogar a decisão da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, que decretou a prisão temporária - depois convertida em preventiva - e determinou busca e apreensão na casa do suspeito, determinando o bloqueio e indisponibilidade de bens e a apreensão do passaporte de Nuzman.
- Foto: Fábio Motta/Estadão ConteúdoO presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, é conduzido por policiais
Nuzman é investigado por suposta compra de votos do Comitê Olímpico Internacional para eleição da cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Ele também é acusado de participar do esquema de corrupção na gestão do ex-governador Sergio Cabral. A defesa do ex-presidente do COB ainda pode recorrer da decisão.
O desembargador considerou que as decisões da primeira instância estão devidamente fundamentadas e que elas apontam o envolvimento de Nuzman na assinatura de contratos com empresas já relacionadas com o esquema criminoso envolvendo Sérgio Cabral.
O magistrado destacou não haver "a cabal ilegalidade das decisões impetradas", para justificar a concessão das liminares pedidas pela defesa: "Por seu turno o fato de as autoridades francesas eventualmente acompanharem a diligência de busca e apreensão, o qual também não está confirmado, não é causa de nulidade ou, por si só, gerador de prejuízo evidente ao paciente", concluiu Abel Gomes.
O desembargador Abel Gomes também negou pedido de liminar de Leonardo Gryner, diretor-geral do COB, preso no mesmo dia que Carlos Nuzman. A defesa sustentou que não haveria mais motivo para mantê-lo sob custódia, porque as medidas de urgência que fundamentaram a ordem de prisão já foram cumpridas.
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