Na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Federal cumpriu seis mandados de busca e apreensão contra um grupo criminoso suspeito de fraudar o programa Farmácia Popular , do governo federal, e de envolvimento com o tráfico internacional de drogas.

A operação, batizada de Arthron, foi deflagrada nos estados de Goiás, Paraíba, Mato Grosso, Acre, Minas Gerais e no Distrito Federal. Ao todo, foram expedidas 106 ordens judiciais, incluindo o bloqueio de R$ 39 milhões em bens e valores dos investigados.

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
Operação cumpre mandados em cinco estados e no DF envolvendo membros de organização criminosa.

De acordo com a PF, o esquema funcionava por meio da compra de farmácias cadastradas no programa que haviam encerrado suas atividades. Após alterações societárias, os criminosos inflavam artificialmente o número de medicamentos supostamente vendidos, aumentando os repasses do governo.

Com isso, cada farmácia envolvida no esquema chegou a receber até R$ 90 mil mensais, muito acima da média de R$ 5 mil. Para dificultar a identificação dos verdadeiros beneficiários, as empresas eram registradas em nome de terceiros e operavam em estados diferentes dos declarados pelos sócios. O dinheiro obtido era utilizado para financiar o tráfico de drogas. No total, 28 empresas foram identificadas como participantes diretas das fraudes contra a União.

As investigações tiveram início em 2022, após a prisão de dois indivíduos transportando uma grande quantidade de cocaína para Luziânia (GO). A droga seria entregue a um traficante da região, que chegou a disputar uma vaga de vereador nas eleições municipais de 2024 — seu nome não foi divulgado.