Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu ao recado de Donald Trump , presidente dos Estados Unidos, em que o republicano prometeu taxar 100% dos produtos do BRICS caso os países do bloco econômico adotassem outra moeda. A declaração foi proferida na cerimônia de posse de Trump.

Ao ser questionado sobre a promessa do presidente norte-americano, Lula afirmou que pode dar uma resposta proporcional à medida. “É muito simples: se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade no Brasil, com a taxação dos produtos que forem exportados para os Estados Unidos. Não tem nenhuma dificuldade”, declarou o petista.

Foto: Ricardo Stuckert/PR
Presidente Lula durante coletiva de imprensa

O presidente brasileiro ainda ressaltou que está disposto a melhorar a relação com o governo de Trump. “Da minha parte, eu quero melhorar as relações com os Estados Unidos, exportar mais, se for necessário, importar mais, se for necessário, e manter a nossa relação de 200 anos”, apontou Lula.

Lula quer que Trump respeite o Brasil

Ainda em relação ao cenário político internacional, o petista disse a jornalistas que não se preocupa com a briga de Trump pela Groenlândia, pelo Golfo do México ou pelo Canal do Panamá, mas que ele “tem que respeitar a soberania dos outros países”.

“O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e eu mandei na carta que ele tenha uma boa governança. Eu fui eleito para governar o Brasil. Eu quero respeitar os EUA, e eu quero que o Trump respeite o Brasil. É só isso. Se isso acontecer, já está de bom tamanho”, declarou o presidente brasileiro.

Sem contato com o presidente norte-americano

Após a posse de Trump para a presidência dos EUA, Lula afirmou que ainda não teve nenhum contato direto com o republicano. “Porque essas conversas acontecem quando se tem algo para tratar. Eu enviei uma carta ao governo americano pela vitória, e é isso. Se a gente não tiver a oportunidade de nos encontrar, porque ele não participa do BRICS, sabe, se eu for convidado para o G7, a gente tem chance de se encontrar”, justificou o petista.

Na ocasião, ele ainda criticou algumas medidas adotadas por Trump no início do mandato. “A gente pode se encontrar na ONU, se ele não desistir da ONU também, né. Se bem que eu acho que isso de descumprir o Acordo de Paris, de dizer que não vai dar dinheiro para a OMS, é uma regressão à civilização humana”, pontuou.