Na terça-feira (28), a defesa de Felipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais do governo Bolsonaro, criticou o vazamento "seletivo" de trechos da delação do tenente-coronel Mauro Cid . As informações são do Gazeta .

"Desde o início, esses processos têm sido marcados por irregularidades gritantes, abusos recorrentes e escandalosas violações do devido processo legal e das garantias fundamentais. É uma demonstração flagrante do completo desrespeito aos direitos à ampla defesa e à paridade de armas no âmbito da PET 12.100 e do Inquérito (INQ) 4.781", afirmou a defesa.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Tenente-coronel Mauro Cid

O advogado também argumentou que Cid, no depoimento vazado, teria apresentado uma narrativa construída sob influência dos investigadores. "A triste realidade é que Mauro Cid, visivelmente acovardado e em busca de benefícios judiciais, cedeu à pressão de seus algozes e aderiu a uma narrativa fabricada."

A declaração do advogado corrobora os áudios divulgados pela imprensa, nos quais Cid afirma que os investigadores já tinham uma versão dos fatos definida e buscavam apenas sua confirmação. "Eles (os investigadores) já estão com a narrativa pronta; não queriam saber a verdade, queriam que eu confirmasse a versão deles", teria dito Cid.

Além disso, segundo a defesa, a delação apresentada por Mauro Cid contém diversas contradições, mudanças de versão e falta de verossimilhança. "Todos esses elementos demonstram que a delação, peça central deste processo, não passa de uma tentativa desesperada de atender às expectativas de seus inquisidores, independentemente da verdade dos fatos", concluiu o advogado.