Apesar deo presidente Lula ter assinado um decreto que criou mecanismos para conter o avanço do desmatamento ilegal na Amazônia e promover ações integradas entre diferentes órgãos do governo federal, dados divulgados pelo MapBiomas indicam que as medidas adotadas não têm sido satisfatórias. Em 2024, a degradação na Amazônia aumentou cerca de 497%, atingindo uma área de 36,3 mil km², impulsionada principalmente pelas queimadas.

O levantamento apontou ainda que, no mesmo período, as queimadas cresceram quase 80%, afetando uma área maior do que o estado do Rio Grande do Sul, conhecido por sua ampla cobertura de vegetação nativa.

Foto: Vinícius Mendonça/Ibama
Floresta Nacional do Jamanxim, um dos principais alvos do desmatamento na Amazônia

Esse foi o pior cenário registrado pelo MapBiomas desde que o monitoramento começou a ser realizado, em 2019. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a quantidade de árvores perdidas em 2024 equivale a mais de mil campos de futebol por dia.

A degradação foi especialmente intensa nos meses de agosto e setembro, quando o aumento superou 1.000%.

O SAD, criado em 2008, utiliza satélites da NASA e da Agência Espacial Europeia para monitorar áreas devastadas a partir de 1 hectare. O monitoriamento do orgão acontece de agosto de um ano a julho do ano seguinte.