Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão , presos sob acusação de mandarem assassinar a vereadora Marielle Franco em 2018, continuam recebendo salários oriundos de cofres públicos. Desde abril, Chiquinho, deputado federal (sem partido-RJ), e Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), já acumularam remunerações que somam R$ 357,7 mil. Chiquinho, com mandato até 2027, recebeu R$ 84,4 mil líquidos, enquanto Domingos obteve R$ 273,3 mil no mesmo período.

Mesmo com as faltas descontadas, a manutenção do mandato de Chiquinho Brazão gerou um custo superior a R$ 1,1 milhão para a Câmara dos Deputados desde sua prisão em março. De abril a dezembro, o parlamentar recebeu R$ 95,7 mil líquidos, incluindo uma gratificação natalina de R$ 9,6 mil paga em junho.

Além disso, os salários dos 23 funcionários de seu gabinete, que permanece ativo, consumiram cerca de R$ 994 mil no mesmo período, com uma média mensal de R$ 124 mil.

Apesar de estar preso, Chiquinho Brazão mantém benefícios como plano de saúde e moradia funcional. Em outubro, o ministro Nunes Marques , do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou um pedido de cassação de seu mandato feito pelo União Brasil. Paralelamente, o Conselho de Ética da Câmara aprovou a perda do mandato, mas a decisão ainda precisa ser votada no plenário. Até que isso ocorra, o deputado continua recebendo salários e utilizando a estrutura de gabinete.

Em sua defesa, Chiquinho Brazão negou envolvimento no assassinato de Marielle Franco . Durante uma videoconferência em julho com o Conselho de Ética, ele afirmou que mantinha uma relação amistosa com a vereadora. “A vereadora era minha amiga. Eu não teria qualquer motivo para assassiná-la, porque nós sempre fomos parceiros”, declarou.