O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos ( Cenipa ) da Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou a análise das caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo (SP), resultando em 62 mortes. Os gravadores de voo, conhecidos como Cockpit Voice Recorder (CVR) e Flight Data Recorder (FDR), foram transferidos para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Cenipa, em Brasília, onde os investigadores já começaram a extração e degravação dos dados.

Após a etapa inicial de preparação e extração dos dados, a investigação avançará para a análise detalhada das atividades relacionadas ao voo, ambiente operacional e fatores humanos. Serão examinados componentes, equipamentos, sistemas e infraestrutura. O Cenipa prevê divulgar um relatório preliminar do acidente em 30 dias.

Foto: Divulgação/FAB
Caixas-pretas do avião que caiu em Vinhedo (SP)

As caixas-pretas são essenciais para entender as causas dos acidentes, pois registram informações cruciais. O CVR grava as conversas na cabine, enquanto o FDR registra parâmetros técnicos da aeronave, como altitude e velocidade. Esses dados ajudam os investigadores a reconstruir a dinâmica do voo e identificar possíveis falhas.

O Cenipa é reconhecido internacionalmente por sua expertise em investigações aeronáuticas e pode contar com a ajuda de fabricantes ou agências estrangeiras se necessário. As caixas-pretas, inventadas em 1950 por David Warren, são pintadas de laranja para facilitar sua localização entre os destroços. Elas são protegidas por um revestimento resistente, mas não é viável revestir todo o avião com esse material devido ao peso.

Após o resgate das caixas-pretas, os dados são cuidadosamente extraídos e analisados. As gravações são decodificadas e transformadas em gráficos para facilitar a leitura pelos investigadores. Sons e ruídos captados também são analisados para identificar irregularidades ou explosões. As caixas-pretas modernas utilizam memórias SSD, substituindo os antigos dispositivos de fios ou chapas metálicas.