O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias (PT), afirmou que houve uma ação especulativa que resultou no aumento do preço do arroz no Mercosul. A especulação ocorreu após o Brasil expressar a intenção de comprar o cereal de países vizinhos, numa tentativa de evitar a alta dos preços causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz.
Dias explicou que a autorização brasileira permite a compra de arroz de qualquer lugar do mundo, com preferência para os estoques nacionais e, em seguida, para os da região do Mercosul, devido à facilidade de transporte rápido para o Brasil. No entanto, a especulação levou o país a buscar alternativas para adquirir o cereal sem sofrer os efeitos especulativos.
O ministro destacou que o Brasil já está trabalhando nessas alternativas. A compra do estoque interno, segundo ele, garante um abastecimento de médio prazo, proporcionando segurança alimentar ao país. Caso persista a elevação do preço, completamente fora do padrão internacional, Dias afirmou que o Brasil está autorizado a comprar de qualquer lugar do mundo que possa abastecer o país.
Enquanto isso, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou que o governo decidiu retirar o imposto de importação sobre o arroz devido ao aumento dos preços do produto no Mercosul. Essa alta também levou ao adiamento do leilão de arroz anunciado pelo presidente Lula.
Fávaro revelou que a intenção era comprar 100 mil toneladas de arroz, mas, devido aos preços praticados nos países do bloco, só seria possível adquirir 70 mil toneladas. Ele criticou os especuladores por aproveitarem a situação para aumentar em 30% o preço do arroz após o anúncio da compra pelo Brasil. Diante do aumento de preços, Fávaro se reuniu com Lula, que decidiu adiar o leilão e retirar o imposto do cereal. A nova data para o leilão ainda não foi definida.