O relatório “Enfraquecendo a Ucrânia: como a Rússia ampliou sua guerra informacional global em 2023”, apontou que o site Brasil 247 e o portal Uol integram a lista de meios de comunicação que funcionam sob influência do governo de Vladimir Putin . A informação foi divulgada pelo Laboratório de Pesquisa Forense Digital (DFRLab), afiliado de um think thank de relações internacionais estado unidense, no dia 29 de fevereiro.

Conforme a publicação, que fez uma análise de toda a América Latina, os veículos de divulgação do governo russo são as principais fontes desses portais, e acabam disseminando uma propaganda pró-Rússia.

Um dos pontos de destaque do relatório é que a invasão de Vladimir Putin à Ucrânia, em 2022, se tornou um dos assuntos mais comentados na imprensa brasileira. Em relação aos meios de comunicação que são “aliados” à Rússia, foi propagado o discurso de Putin sobre uma ação de “desnazificação” do país vizinho, que foi propagada 176 vezes na imprensa brasileira.

Vale destacar que o Kremlin possui um meio de propaganda oficial no Brasil, o site Sputnik Brasil, registrada junto à Receita Federal como atividade econômica de “consultoria em publicidade”. Um dos trabalhos desempenhados pelo site é de exaltar a Rússia militarmente, enquanto diminui as forças militares ucranianas.

O principal parceiro do site, segundo apontamento do think tank americano, é o Brasil 247, que republica as declarações do Kremlin. Além dele, o MSN Brasil, O Cafézinho, ISTOÉIndependente, Brasil de Fato, Correio Braziliense, BOL Notícias da UOL, CNNBrasil, G1 e Folha de S. Paulo também possuem contato direto com a republicação de conteúdo da Sputnik.

Na Argentina e no Chile também houve uma reverberação seguindo essa mesma ideia. Somente no primeiro país, essa mesma narrativa foi colocada nas 17 das 66 declarações sobre a invasão russa na Ucrânia.

Em países ditatoriais da América Latina, como a Venezuela, o assunto preferido foi o “mundo multipolar” e o BRICS, enquanto em Cuba e Nicarágua o ditador russo foi enaltecido por fornecer ajuda a esses países, seguido pelo “imperialismo americano” e sanções. Sobre o México, Putin reforçou a veiculação de declarações focadas em acusar os Estados Unidos de ameaçar a paz mundial e a OTAN por incentivas a agressão ucraniana.