Uma pesquisa realizada pela Quaest no início de dezembro com 105 agentes do mercado financeiro revelou que 90% deles avaliam negativamente o Governo Lula , um salto em comparação aos 53% registrados em dezembro de 2023. Esse aumento no descontentamento coincide com críticas crescentes de economistas e empresários liberais, muitos dos quais apoiaram Lula nas eleições de 2022, mas agora se mostram insatisfeitos com a condução da política econômica, principalmente sob a liderança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad .
Entre os críticos está Rubens Ometto, bilionário que doou R$ 1 milhão à campanha do PT. Em novembro, ele declarou sua decepção com a falta de medidas para solucionar o déficit fiscal, afirmando que a prioridade do governo parece ser atender interesses partidários, o que agrava os desafios enfrentados pelos empresários. Ometto descreveu a situação econômica como "muito difícil" e destacou que a solução seria simples caso houvesse disposição política para ajustar os gastos públicos.
O economista Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, também tem criticado a gestão econômica. Em outubro, Fraga enfatizou a importância da responsabilidade fiscal para reduzir taxas de juros e estimular o crescimento econômico. Ele apontou que, com juros reais acima de 6%, o Brasil enfrenta dificuldades para se desenvolver plenamente. A postura de Fraga contrasta com seu engajamento em 2022, quando promoveu um jantar com mais de 600 representantes da elite econômica para apoiar a candidatura de Lula, reafirmando seu voto sem condições na ocasião.
Outros apoiadores liberais do presidente também demonstraram frustração. Em junho de 2024, o economista Edmar Bacha, signatário de uma nota de apoio a Lula no segundo turno das eleições de 2022, declarou que o Brasil poderia progredir, mas que a liderança do atual governo tem impedido avanços.
A carta assinada por Bacha e outros economistas em 2022 expressava expectativa por uma gestão econômica responsável, mas a realidade atual parece ter desapontado os signatários.